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Oleoduto vaza e afeta Área de Proteção Ambiental do Mico-Leão-Dourado

O vazamento de óleo afetou solo e rio, e impactou cerca de 3 mil metros quadrados da área protegida fluminense. Transpetro deverá ser notificada

Emanuel Alencar ·
16 de outubro de 2020 · 4 anos atrás
Vazamento atingiu aproximadamente 3 mil metros quadrados dentro da área protegida. Foto: Reprodução

Quantidade ainda não estimada de óleo vazou de duto da Transpetro e impactou aproximadamente 3 mil metros quadrados da Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, em Silva Jardim, nas Baixadas Litorâneas do Estado do Rio, na última semana (7). Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já foram ao local quatro vezes, a última delas nesta quinta-feira (15), pois a ocorrência foi no oleoduto Cabiúnas-Reduc (Osduc-1), da Transpetro, cujo licenciamento é estadual. Segundo técnicos ambientais, a extensão do dano é de média complexidade, pois afetou solo e rio local. O vazamento ocorreu a 390 metros da RJ-126, que liga os municípios de Cachoeiras de Macacu a Silva Jardim, e a 18 quilômetros da zona urbana de Macacu. À Transpetro deverá ser exigido um estudo da área afetada.

O incidente vem sendo tratado pela subsidiária da Petrobras como “derivação clandestina”, ou seja, teria origem em uma tentativa de furto. O Inea informou que a estatal não detalhou a hora da ocorrência e detecção do vazamento, e que na segunda-feira (19) a Transpetro deverá ser notificada.

A Área de Proteção Ambiental (APA), gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi fundada em 2002 e tem 150 mil hectares. A fauna da área protegida tem como símbolo o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie de primata ameaçada de extinção. Além dele, entretanto, a unidade abriga outras espécies igualmente ameaçadas, como a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), borboleta-da-praia (Parides ascanius) e onça-parda (Puma concolor).

Materiais de contenção instalados em rio da APA: Transpetro não comunicou ocorrência. Foto: Reprodução

A ocorrência se dá justamente quando a troca de comando no Inea ainda não foi concluída. Nesta sexta-feira, a presidente do órgão, Diane Rangel, foi exonerada oficialmente, mas seu substituto ainda não foi anunciado. O novo secretário do Ambiente e Sustentabilidade do Rio, Thiago Pampolha, escolheu o advogado João Eustáquio Xavier, funcionário de carreira, para o posto. Mas o nome de Eustáquio ainda não foi publicado no Diário Oficial. Também está acéfala a Diretoria de Licenciamento do Inea, que vinha sendo ocupada por Fábio Dalmasso, primo do ex-secretário Altineu Côrtes.

Esta não é a primeira vez que ocorre um vazamento no Osduc-1. Em 9 de dezembro de 2008, centenas de hectares de manguezais foram afetados pelo derramamento no mesmo oleoduto, às margens do Rio Estrela, em Magé. Os impactos do incidente — a empresa alega tentativa de furto — ainda não são totalmente conhecidos. Em agosto de 2003, o mesmo Osduc-1 já havia apresentado falha. Na ocasião, houve vazamento considerado de pequeno porte no distrito de Papucaia, no município de Cachoeiras de Macacu. A Petrobras informou, à época, que o vazamento havia ficado restrito à pequena área da zona agrícola, não havendo deslocamento para qualquer outro local.

 

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  • Emanuel Alencar

    Jornalista e mestre em Engenharia Ambiental. É autor do livro “Baía de Guanabara – Descaso e Resistência” (Mórula Editorial) e assessor de Comunicação na Prefeitura do Rio

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Comentários 3

  1. Antonio diz:

    Matéria irresponsávelmente tendenciosa, tentando imputar na vítima a responsabilidade pelo vazamento. O Governo constitucionalmete responsável pela segurança lava as mão diante dos furtos e por outro lado multa o empreendedor vítima da milícia especializada em roubou de combustível. Acredito que o autor vida matéria deve rever seu ponto de vista!


    1. Paulo diz:

      Bom dia.
      Quem seria a vítima. A APA do mico leão!

      Explique melhor.


    2. Ricardo Melo diz:

      Se você não percebeu, este jornal é especializado em meio ambiente, então não ser tendencioso seria absurdo. Depois, não há necessariamente grandes acusações. Por fim, empreendedores têm tanta culpa no cartório quanto "milícia especializada". Furto é o que dizem, mas nenhuma empresa dessa deve ser creditada, pois não dão a mínima para o meio ambiente.