De agosto a outubro de 2018, a Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no Acre, perdeu 5.900 hectares de área verde. Junto com a Floresta Extrativista Rio Preto-Jacundá, em Rondônia, que perdeu 5.800 hectares nesse mesmo período, lidera o ranking das unidades de conservação mais pressionadas da Amazônia. Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
De acordo com o Imazon, que realiza de forma independente o monitoramento do desmatamento da Amazônia, 1.176 km² foram derrubados nesses três meses, isso significa um aumento de 60% em relação ao mesmo período em 2017. O desmatamento é contado a partir de agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte.
O Imazon pretende publicar a cada trimestre um relatório simples sobre ameaças e pressões de áreas protegidas na Amazônia. A diferença de um para outro é que ameaça significa o risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma Área Protegida (AP). Já pressão ocorre quando o desmatamento se manifesta no interior da Área protegida.
A Resex Chico Mendes, pressionada por dentro pelo desmatamento, também lidera o ranking de mais ameaçada. Entre agosto e outubro, no seu entorno próximo (até 10 km dos limites da unidade), 4.000 hectares foram desmatados. A unidade está em uma região que há pressão para expansão da fronteira agrícola. A maior ameaça é a pecuária.
No todo, ocorreu 891 (62%) ameaças e 543 (38) pressões em áreas protegidas na Amazônia.
A terra indígena mais pressionada é a TI Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu, no Pará, e que pertence ao povo Parakanã. A terra indígena sofre com a invasão de madeireiros. Segundo dados do Imazon, 4.000 hectares foram derrubados na terra indígena no período.
Saiba Mais
Ameaça e Pressão-SAD de agosto a outubro de 2018
Leia Também
Áreas protegidas da Amazônia enfrentam quase 80 mil km de estradas irregulares
Leia também
Áreas protegidas da Amazônia enfrentam quase 80 mil km de estradas irregulares
Mapeamento demonstra que estradas continuam a ser abertas sem nenhum planejamento no interior e entorno de unidades de conservação e terras indígenas →
Inpe e Imazon: vigilantes do desmatamento na Amazônia
De São José dos Campos (SP) e Belém do Pará (PA), os dois institutos mantêm um olhar agudo sobre o desmatamento na Amazônia. Entenda como. →
Desmatamento na Amazônia dispara em novembro
Corte de florestas detectado no mês de penúltimo mês de 2018 foi 4 vezes maior do que no mesmo mês do ano anterior. Pará lidera perda de floresta →
Requiem para o socioambientalismo