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Yes, temos coral na Baía de Guanabara

O documentarista Ricardo Gomes filmou esses famosos desconhecidos do grande público para falar sobre a fragilidade do ecossistema. Veja imagens

Daniele Bragança ·
6 de junho de 2017 · 8 anos atrás
Beleza desconhecida. Coral da Baía de Guanabara é um nobre desconhecido dos cariocas. Foto: Ricardo Gomes.
Beleza desconhecida. Coral na Baía de Guanabara é um nobre desconhecido dos cariocas. Foto: Ricardo Gomes.

Esqueça por um instante a imagem de fundo arenoso e água poluída. A Baía de Guanabara é muito maior que esse recorte. Até corais são possíveis de serem vistos ali: são pelo menos nove espécies, todas já documentadas pela ciência, mas ignoradas pelo grande público.

Não há nenhum destaque quanto ao endemismo: são corais que ocorrem em quase toda a costa brasileira, como os octocorais Leptogorgia punicea e Carijoa riisei. O que é digno de nota é a resiliência da vida marinha que sobrevive num ambiente tão hostil: na Baía de Guanabara são jogados quase que 70% do esgoto sem tratamento de pelo menos 15 municípios do entorno. A meta de despoluição, que drenou 10 bilhões de reais em mais de 20 anos, continua caminhando a passos lentos

A vida que resiste apesar de tudo foi filmada pelo documentarista Ricardo Gomes para o filme “Baía Urbana”, que estreia no dia 07 de junho na Conferência dos Oceanos, na ONU.

“Eu fui a primeira pessoa que foi sem barco, sem submarino, batendo perna, filmei os corais da Baía de Guanabara, carregando 50 quilos de equipamento”, comemora Ricardo Gomes, que não esconde o entusiasmo pelas imagens que fecham seu filme. “Foi a primeira vez que esses corais foram filmados na Baía de Guanabara, e eles ilustram a parte de acidificação oceânica pela fragilidade dos recifes de coral”.

Para o pesquisador Ralf Cordeiro, doutorando em biologia animal pela UFPE, se houvesse uma recuperação na área, a vida marinha iria explodir no local. “É interessante que essa fauna ainda persista na localidade, que é conhecida por ser bastante impactada. Isso dá uma certa esperança, pois mostra que é possível a recuperação da área, se tomadas as medidas ideais de conservação”, Ralf Cordeiro.

 

Veja as fotos:

Leptogorgia punicea. Foto: Ricardo Gomes.
Leptogorgia punicea. Foto: Ricardo Gomes.

 

Foto: Ricardo Gomes.
Foto: Ricardo Gomes.
Carijoa riisei. Foto: Ricardo Gomes.
Carijoa riisei. Foto: Ricardo Gomes.

 

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 3

  1. Andreia diz:

    Muito legal! O medo é que agora, com a divulgação de tudo que ainda tem na BG, o governo se lixe cada vez mais para a conservação, já que com este descaso todo a vida ainda resiste por lá…


  2. Odum jr. diz:

    Tem que deixar de lado esse fetiche por endêmismo, afinal, o que importa é a função ecológica, geralmentea cargo das espécies "comuns"