Reportagens

Nosso companheiro – com José Roberto Marinho

José Roberto Marinho, vice-presidente do maior conglomerado de comunicação do país, reclama que a imprensa raramente dedica espaço à cobertura do meio ambiente.

Marcos Sá Corrêa · Manoel Francisco Brito · Sérgio Abranches · Carolina Elia ·
8 de julho de 2005 · 19 anos atrás

Parece conversa de pescador, senão de jornalista. Mas o vice-presidente da maior empresa de comunicação do país veio ao Eco para dar uma entrevista. Chegou sem hora para sair, não rebarbou uma só pergunta e não pediu para ler o texto antes de ser publicado. É do ramo. E o ramo, no caso, é o ambientalismo, que há muitos antes divide o currículo de José Roberto Marinho com as Organizações Globo, o império jornalístico fundado por seu avô. E uma das surpresas da longa conversa foi ouvir, desse ex-repórter que herdou um conglomerado que controla jornais, uma rede nacional de televisão, emissoras de rádio e um dos grandes portais da Web brasileira, que sente falta de notícias sobre o meio ambiente no Brasil.

Como divide seu tempo entre as Organizações Globo e o meio ambiente?

José Roberto – O meio ambiente leva 15% do meu tempo. Esses 15% incluem muito trabalho com gente que me liga para falar do assunto, por saber que eu lido com essas coisas e conheço as pessoas que estão metidas nisso. Elas ligam para dar sugestões sobre cobertura jornalística, às vezes para fazer perguntas que gostariam de ver respondidas pelos meios de comunicação.

Dá para administrar tão bem o seu tempo?

José Roberto – Eu disse 15%, mas é claro que, na verdade, estou totalmente envolvido com políticas públicas. Nas Organizações Globo, sem querer fazer propaganda da empresa, temos um conselho editorial que se reúne com os diretores todos, todas as terças-feiras, e ali nosso papel não é dizer aos jornalistas quem vamos apoiar ou não. No conselho discutimos apenas políticas públicas. E evidentemente a agenda ambiental entra também nesse debate, embora eu seja o primeiro a reconhecer que ela ainda não tem nessas reuniões uma presença muito forte.

Por quê?

José Roberto – Porque, entre os três pilares da sustentabilidade, que são o econômico, o social e o ambiental, o mais fraco, em termos de apelo para a opinião pública, é o ambiental. O econômico parece o pilar principal, porque todo mundo está preocupado com isso. O social também é um pilar com grande visibilidade. Na hora em que a maré subir demais em Ipanema, vai ser um grande escândalo, entendeu? Mas é assim que a humanidade reage. Mas o grande desafio da sustentabilidade é equilibrar estes três pilares. E nosso Conselho Editorial ainda reflete em larga medida esse desequilíbrio.

Que peso em sua agenda tem a WWF?

José Roberto – A WWF hoje em dia me ocupa assim: acompanho seu trabalho, leio relatórios, trago para dentro da instituição minha visão do que deve ser feito e tento intermediar lá dentro o conflito entre os ambientalistas e os empresários que também se preocupam com o meio ambiente. E esse conflito de vez em quando me irrita.

Irrita-se com os empresários ou com os ambientalistas?

José Roberto – Tenho de confessar que me irrito mais com os ambientalistas. E não por questões pessoais. Meus colegas ambientalistas, com quem convivo há muitos anos, não me olham como um empresário. No máximo, me vêem como um empresário que está muito próximo deles. Mas acham que os outros empresários só querem explorar pessoas ou recursos naturais e não se preocupam de fato com uma coisa nem outra. Empresário que financia projeto ambiental pode ser bem tratado, mas é visto apenas como um cara que tem dinheiro para dar à causa ambiental, mas não tem o que dizer sobre o problema.Eu acho que um dos problemas do meio ambiente é hoje a intolerância. Ela afasta pessoas que tinham tudo para andar juntas, se não estivessem mais interessadas em manter suas palavras de ordem. Desenvolvimento sustentável não, porque Fulano não admite. A vaidade, nessas horas, atrapalha muito. E o movimento ambiental pessou recentemente no Brasil por esse tipo de conflito que é resultado da pura intolerância.

É só impressão, ou está mesmo decepcionado com o movimento ambientalista?

José Roberto – Com ele, não. Ando meio decepcionado é com a atitude das pessoas que tratam o ambientalismo como um conflito ideológico ou religioso. Eu convivi com isso durante anos, com gente que me falava que era a favor do desenvolvimento sustentável, mas olha para o empresário quase como um criminoso. O movimento ambientalista tem uma carga muito forte de preconceito contra o empresário. É incapaz de aceitar seu trabalho. Enquanto não houver uma certa compreensão de que há empresários querendo chegar às mesmas coisas que os ambientalistas mas por uma lógica diferente, não vai haver desenvolvimento sustentável, entendeu?

Mas as principais ONGs que atuam no Brasil são organizações que nasceram lá fora, como a WWF, a Conservação Internacional e o Greenpeace. O preconceito a que se refere veio lá de fora ou é coisa nossa?

José Roberto – É coisa nossa. Quando a gente pega o militante dessas ONGs num momento mais relaxado, na hora da cerveja com os colegas, ele vai dizer mais ou menos isso que estou falando aqui. Eles têm preconceito com relação aos empresários. Os empresários podem ser melhores ou piores nisso ou naquilo, mas em princípio são sempre considerados ruins. Na cabeça deles, talvez não dos dirigentes dessas ONGs, mas pelo menos na cabeça dos militantes, não há muito espaço para conversa. Isso afasta os empresários e cria neles a visão que ambientalista só vê uma parte do problema. Os empresários acham que os ambientalistas são ecochatos. E os ambientalistas acham que eles são devastadores da natureza.

Que empresário poderia ser citado exemplo de cuidado eficaz com a natureza?

José Roberto – O Erling Lorentzen, da Aracruz Celulose. Mas há outros exemplos. A Companhia Vale do Rio Doce vai fazer uma usina com a Thyssen tão avançada que pode ser colocada até em ambientes urbanos. É disso que se precisa. Não dá para parar a geração de empregos.

O Eco é um núcleo de ecochatos?

José Roberto – Não, me desculpem, mas vocês não sabem o que é ecochatice.

E você?

José Roberto – Bem, eu fiz acordos muito difíceis. Com o Instituto Acqua, por exemplo, eu me ferrei. Sei que muita gente trabalha bem com os centros acadêmicos, mas eu me ferrei. Falta neles profissionalismo e interesse em ver resultados. Quando montei o Instituto Acqua, queria soluções para preservar a lagoa de Araruama, onde tenho uma grande propriedade. Tinha muito pipipi, papapá e nada acontecia. Fiquei bancando o Instituto Acqua durante anos. Gastava 40% em média do meu vencimento anual com isso…

Quarenta por cento?

José Roberto – A média foi essa, 40% do meu vencimento anual. Digo 40% pra não dizer que foi 60%, senão minha ex-mulher me mata. Estava interessado em fomentar o ecoturismo na Região dos Lagos. Procurei os maiores especialistas em saneamento básico, por exemplo. E não deu em nada. Acho que nossos cientistas tem muita erudição, mas pouco espírito prático.

Uma prova de que meio ambiente não é notícia são os estúdios da Rede Globo em Jacarepaguá. Foram construídios como um modelo de correção ambiental. Mas a TV não mostra o que acontece lá dentro.

José Roberto – Isso quem começou foi o meu pai. Ele adorava mato. E o Projac está dentro de uma área de preservação ambiental, a que cerca o parque estadual da Pedra Branca, onde aliás o WWF fez trilhas em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Não saímos por aí contando o que fazemos no Projac, o que até pode ser besteira nossa. Mas a TV Globo fala muito de meio ambiente em programas como o Globo Ecologia e o Globo Rural. No Globo Rural sempre tem reportagem a favor da natureza. Acho até que o Globo Rural contribui muito mais para preservação do meio ambiente do que o Globo Ecologia, pelo poder que tem de entrar na casa de quem planta, pelo poder que tem de entrar em casa de quem planta e está no campo com a mão na massa, do que o Globo Ecologia. O Globo Repórter também fala de meio ambiente, mas é uma coisa meio espetaculosa, uma espécie de Fantástico II. Mas a notícia ambiental, sem dúvida nenhuma, ainda não é a prioridade dos meios de comunicação. Seja você diretor de programas de dramaturgia ou diretor de jornalismo da Globo, vai estar ligado ou no lado econômico ou no lado social, do que no lado ambiental. Ainda é preciso fazer muito esforço para botar esse lado ambiental na cabeça das pessoas.

Por quê?

José Roberto – A atenção que as pessoas têm para dar aos assuntos não é infinita. Com as crises no Brasil vindo sempre em sucessão, como vêm, não é fácil olhar para o meio ambiente. Nós mesmos vivemos isso na Globo. Passamos por um aperto financeiro, deixamos de pagar credores, quase perdemos a empresa. E naquele momento não se conseguia pensar em mais nada. E no país, quando a crise não é econômica, é social. Diante da violência, do baixo acesso à educação, quem se lembra do meio ambiente?

Quer dizer que não tem saída?

José Roberto – No caso das Organizações Globo, posso falar de uma porposta que fiz há um ano e meio. Nossas reuniões do Conselho Editorial são tomadas por assuntos do dia-a-dia da política e da economia. Minha idéia era que a gente fizesse reuniões extraordinárias explorando outros temas, discutindo inclusive o critério do que é ou não é notícia. Seria uma boa oportunidade para introduzir o meio ambiente na pauta do nosso jornalismo. A maioria das pessoas simplesmente não tem noção de que todas as políticas econômicas e sociais podem ruir diante do menor abalo da natureza.

Quando se interessou pelo meio ambiente?

José Roberto – Acho que eu tinha uns 9, 10 anos de idade. Estou com 49. Logo, faz algum tempo. Desde cedo, tinha respeito pelas coisas da natureza. Comecei caçando borboleta, literalmente. Era auxiliar de um dos caras que foi o maior colecionador de borboletas da América do Sul, o Arnaldo Seabra, da família que tem aquela casa ali na entrada do parque da Tijuca, no Alto da Boa Vista. Ia com ele caçar borboletas na Floresta da Tijuca. Meu gosto pela natureza veio também da convivência com o ambientalista Paulo Nogueira Neto, que era amigo de meu tio Rogério Marinho. Foram eles que começaram a definir as grandes áreas de preservação no Brasil. Eu acompanhei isso, porque tinha admiração pelas plantas, e pelas borboletas, e pelos passarinhos. E tinha um baita de um viveiro em casa.

No Alto da Boa Vista?

José Roberto – É, na casa de minha mãe, lá no Alto. Lá eu fiz um baita de um viveiro e comecei a comprar todos os passarinhos que os caras prendiam pelas redondezas, mas sem incentivá-los a prender outros. Comprava avisando: “Olha, vai me vender este coleirinho aqui, mas o segundo eu não vou comprar, entendeu?” E botava num viveiro enorme, com árvore dentro. Eu não sei quantos passarinhos havia naquele viveiro. Era quase que intuitivamente um centro de reintrodução na natureza, porque os pássaros viviam num ambiente que era quase uma cópia do que tinham lá fora. Depois fui estudar Geografia na UFRJ, porque estava preocupado com problemas como explosão populacional, migração, concentração urbana.

É geógrafo?

José Roberto – Não. Não me formei em nada. Se for preso, vou para prisão comum, porque não tenho título. Também fui presidente da WWF por 7 anos. Aliás, continuo participando da WWF e dôo dinheiro a ela para financiar projetos específicos. É diferente de botar dinheiro na despesa geral, para tapar buraco.

Que tipo de projeto?

José Roberto – Fiz uma doação para um projeto de melhoria da gestão.

Gestão do quê? De unidades de conservação?

José Roberto – Não, a doação foi para melhorar gestão da própria ONG, que é sempre um grande problema nesse ramo. Assim como acontece no mundo acadêmico ou no mundo dos jornalistas, no mundo ambiental a palavra gestão é palavrão, pelo menos aqui no Brasil. As ONGs costumam ser ineficientes e por isso os doadores acabam sendo desconfiados, fazem muita pergunta antes de abrir o bolso. Até na WWF foi difícil. A turma dos projetos tinha dificuldade em prestar contas, dizia que quem entendia do assunto era ela, não o doador. E daí?

Quanto gasta com isso?

José Roberto – Hoje gasto com meio ambiente de maneira mais modesta, porque estou com duas ex-famílias. Mas, brincadeiras à parte, continuo doando recursos à WWF e colocando recursos financeiros em programas locais de Parati e São Pedro da Aldeia. Tenho admiração por pessoas que trabalham pelo meio ambiente em áreas de maior pressão antrópica, que são as áreas mais urbanizadas. Tem uma pessoa dessas que ajudo. É a Iara Valverde, chefa da Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, que foi apontada pela ONU como a se copiar no Brasil inteiro. Ela está num lugar dificílimo. Já foi ameaçada de morte. E briga sem parar pela APA de Petrópolis. Outro que tem um temperamento oposto ao de Iara mas também consegue grandes resultados é o Rui Rocha, na APA de Itacaré, na Bahia.

O que a Iara faz que todo o Brasil deveria fazer?

José Roberto – Um esforço para conservar uma área que está altamente invadida, cheia de conflitos. Ali na APA de Petrópolis, apesar de todos os problemas que ela enfrenta, a cobertura florestal deixou de regredir e até evoluiu. Isso já foi constatado por satélite.

E no caso de Itacaré?

José Roberto – Em Itacaré, se não fosse pela Área de Proteção Ambiental, não haveria naquela estrada sinuosa, que respeita a topografia do litoral e dá acesso à praia sem invadir a areia. Haveria, como costuma haver em outros lugares, uma estrada reta, cortando morros. E isso já é uma grande vitória. Para quem conhece o Brasil, isso já é uma grande vitória. Agora estão querendo aplicar o mesmo projeto em Búzios.

Qual a melhor reportagem que já leu sobre o trabalho de Iara Valverde?

José Roberto – Nunca saiu nenhuma. Se saiu, eu não lembro.

E sobre Itacaré?

José Roberto – A imprensa está mesmo em falta com esses assuntos. Preciso sensibilizar os meus colegas. O fato é que hoje em dia os repórteres recebem as pautas em cima da hora, as equipes foram encolhidas e não se pode culpar por isso a empresa de jornalismo, não é? E para isso que existem os editores. Os editores precisam se informar mais e incentivar o repórter a se informar mais. Eu reconheço que há uma falta de profundidade na cobertura jornalística, mas essa não é uma crítica que faço só ao Globo, mas a toda a imprensa.

Não é um exagero de notícias sobre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, em prejuízo do resto?

José Roberto – Fui, durante muito tempo, repórter de polícia. Depois de urbanismo, cobrindo prefeitura e assuntos da cidade. Aí, fui para Brasília e ali descobri que trabalhar ali era sopa no mel. No Rio, como repórter, eu ralava muito para botar alguma coisa na primeira página. Em Brasília, dava manchete de dois em dois dias. Minha vida ficou uma beleza em Brasília. Em política, você escreve que “o fulaninho se levantou da cadeira, cuspiu pro lado e foi para não sei aonde”, e isso é tratado como fato da maior importância.

Por que tem que ser assim? Por falta de assunto é que não é.

José Roberto – Sabe de uma coisa, uma coisa contra a qual a gente sempre brigou, o pessoal do Jornal do Brasil também brigou, todos os jornais brigaram mas não teve remédio? Na minha época, a redação era uma riqueza. Eu me lembro de que lembro que um dos melhores repórteres que havia por lá era um médico. Um médico, entendeu? Essas coisas se perderam com a exigência do diploma de Comunicação. Jornalismo não precisa disso. Você não está erguendo um prédio, não está operando uma pessoa. Você não é médico, não é um engenheiro. Você é jornalista e jornalismo é um dom que pode ser dado ao médico, ao engenheiro ou a não sei mais quem. Se tem escola de Comunicação formando jornalistas, maravilha. Mas é o jornal que sabe quem vai empregar. Antes, o conhecimento era menos rasteiro. As perguntas também eram menos rasteiras e menos agressivas. A imprensa está passando por um mau momento.

Por falar em mau momento, as cidades brasileiras não estão fugindo do controle?

José Roberto – Nos Estados Unidos, quando havia desorganização na sociedade, também se resolvia tudo a bala. Bem, lá isso de uma certa maneira se acertou, se organizou. Aqui vamos ter que acertar e organizar também. É importante as pessoas terem o seu registro de propriedade do barraco da favela, por exemplo. Para isso vale a pena dar a ela uma anistia. Chega lá e diz: “Olha, se você se registrar, eu dou água de graça durante quatro anos, energia de graça por quatro anos. Mas não quero gato de água nem gato de eletricidade, eu quero você registrado na prefeitura”. E põe limite na favela, para não invadir mais. Talvez seja este o segredo. As pessoas em áreas limítrofes seriam as primeiras a serem reconhecidas como proprietárias. E dali a favela não poderia mais passar.

Morar na casa do Jardim Botânico que foi do Tom Jobim também é uma maneira de se sentir mais perto da natureza?

José Roberto – Claro. Eu mexo no meu computador olhando para os tucanos, para os macacos. Outro dia um senador italiano esteve lá em casa e ficou espantado quando viu pela janela um macaco prego. Tirou um monte de fotografias do bicho e eu pensei: “Valeu o dinheiro que dei para preservar este macaco”.

O ambientalismo mudou seus hábitos domésticos? Por exemplo, na hora de abrir a torneira?

José Roberto – Nem sempre. Eu adoro tomar banho longo e no Instituto Acqua pregava que todo banho deve gastar no máximo 10 litros de água. Mas gosto de banho de 100 litros. Acho, porque eu acho que o banho é uma coisa. Acho que vou pedir a um engenheiro para me fazer um banho com água reciclável, que vá e volte e eu não gaste. Adoro tomar banho, adoro água. Mas, pensando bem, já mudei de hábitos, sim. Fiz, por exemplo, uma horta orgânica, no sítio que temos em São Pedro da Aldeia. Ele fica em área urbana, mas fizemos ali uma produção rural. Plantamos hortaliças, criamos carneiros e cabras, mantendo a classificação da área, que tem 1 milhão de metros quadrados, como propriedade rural. Se um dia a prefeitura quiser mudar, teremos que lotear. Seria uma pena, porque 30% daquilo é mata original costeira.

E esportes ligados à natureza, pratica algum?

José Roberto – Cara, eu faço todos.

Todos?

José Roberto – Estou dizendo, faço todos.

Quais?

José Roberto – Sou um bom velejador, mergulho, e o que mais tem de esporte ligado à natureza?

Parapente, asa-delta, escalada, rapel…

José Roberto – Adoro voar. Não faço parapente, mas vôo num avião pequenininho, desses que passam faixa na praia, e vôo ao lado do cara e piloto ele e já ofereci isso para a WWF, mas o pessoal não entendeu o que estava oferecendo: um avião pintadinho, fazendo observação do desmatamento na Mata Atlântica.

Deu também um veleiro para o projeto Viva Rio observar a poluição na baía de Guanabara, não foi?

José Roberto – Dei, ele voltou para mim, e continua comigo. Voltou por falta de uso e por falta de recursos para mantê-lo. Mas dou de novo, se o Viva Rio quiser.

Gosta mais do mar ou do mato?

José Roberto – Do mato. Eu contei que desde menino andava pela floresta da Tijuca. Montava barraca e dormia no meio do mato. Tenho a maior intimidade com o mato. Desci o Rio Tocantins e dormi três dias com o meu filho de 9 anos em barraca. Com zero de problema, entendeu? Conheço como ninguém o Brasil e a América Latina, embora nunca tenha ido a Machu Picchu. Essa é uma falha desagradável, que pretendo recuperar ainda este ano ou no ano que vem.

Qual a natureza que mais o impressionou?

José Roberto – A que vejo todo dia, no Rio de Janeiro.

  • Marcos Sá Corrêa

    Jornalista e fotógrafo. Formou-se em História e escreve na revista Piauí e no jornal O Estado de S. Paulo. Foi editor de Veja...

  • Sérgio Abranches

    Mestre em Sociologia pela UnB e PhD em Ciência Política pela Universidade de Cornell

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