A Fazenda Rio Negro é uma reserva particular do patrimônio natural – RPPN – mantida pela Conservation International – CI Brasil e está em plena atividade de formulação de seu plano de manejo, de acordo com as novas diretrizes do IBAMA. Não é tarefa fácil. Primeiro, porque os critérios criados pelo governo são controvertidos e nem sempre se aplicam a todos os casos igualmente.
Segundo, porque é um trabalho difícil conciliar em um mesmo plano as diferentes visões, do ornitologista, do técnico em turismo, do biólogo, do ambientalista. Para enfrentar esse desafio, a CI Brasil convocou, além de seus próprios especialistas, um time de primeira de especialistas, entre eles, alguns grandes conhecedores do Pantanal como um todo.
Um deles é Adalberto Eberhard, que dedicou boa parte de sua vida profissional à construção e consolidação da ONG Ecotrópica que, com auxílio da Fundação Moore, adquiriu algumas fazendas em pontos-chave do entorno do Parque Nacional do Pantanal, próximo à fronteira com a Bolívia e as transformou em RPPNs, para completar o traçado de proteção do parque nacional. Agora, ele está se envolvendo em novos projetos, em outras áreas do país, sem, claro, abandonar o Pantanal.
Adalberto está impressionado com a aceleração da deterioração ambiental no País, de Sul a Norte, em um mesmo momento em que se sente o aumento da consciência ecológica na sociedade. Quer saber por que essa consciência crescente, ainda que difusa, não consegue deter o avanço da destruição ambiental. Ao contrário, os agentes da destruição estão ficando mais desabusados.
Ele acha que não se pode isolar um processo ou um a área. Principalmente, no que diz respeito à Amazônia e ao Pantanal, afirma que é necessário pensa-los como parte de um mesmo processo sistêmico. “O que está acontecendo na Amazônia, repercute no Pantanal”, diz ele.
Ouça a entrevista de Sérgio Abranches com Adalberto Eberhard para a BandNewsFM.
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