O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, chegou em Bali para a Conferência do Clima e trouxe novidades na manga. Assinou com a ministra do Meio Ambiente nesta quarta um acordo para iniciar um programa estadual de combate ao desmatamento. Segundo ele, a prioridade imediata é a recuperação de matas ciliares, além de impedir que novos desmatamentos ocorram nas áreas de preservação permanente. O próximo passo seria montar um esquema de pagamento por serviços ambientais no estado. Segundo Maggi, com um incentivo como esse os produtores rurais poderiam preservar mais do que os 80% de reserva legal na Amazônia. “Queremos que o Mato Grosso seja um estado carbono neutro”, exalta.
Parece que o aquecimento global está mesmo na agenda do homem que já foi (ou é?) considerado o algoz da floresta. A outra novidade que ele está trazendo na Indonésia é o fundo de 20 milhões de reais, a ser lançado em parceria com a The Nature Conservancy com o objetivo de aumentar o cadastramento de propriedades rurais no sistema de licenciamento do Mato Grosso. De acordo com Maggi, até o momento 35% das fazendas mato-grossense estão cadastradas, ou 14 milhões de hectares, e outros 50 milhões de hectares precisam ser incluídos no cadastro.
Perguntado se acredita que o desmatamento vai voltar a crescer, Maggi foi direto. “Tenho dito que há um leão adormecido, e ele está acordando. Mas não acho que teremos níveis tão altos como os de 2004”, disse em referência ao pico de 2,7 milhões de hectares. Em sua opinião o pessoal da soja já está satisfeito com as áreas abertas e não vai mais desmatar para plantar. Será mesmo?
Leia também
COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas
Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados →
Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial
Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa →
Trilha que percorre os antigos caminhos dos Incas une história, conservação e arqueologia
Com 30 mil km que ligam seis países, a grande Rota dos Incas, ou Qapac Ñan, rememora um passado que ainda está presente na paisagem e cultura local →