Reportagens

Stern e Braga no Forest Day

Economista inglês defende que países ricos paguem pobres pela preservação da floresta. Governador do Amazonas afirma que o estado vai ter desmatamento zero em 2030.

Redação ((o))eco ·
13 de dezembro de 2009 · 15 anos atrás

O Forest Day, maior evento de Copenhague sobre a relação entre florestas e mudanças climáticas, tem um sentimento de otimismo, pois pela primeira vez profissionais da área sentem que as negociações do clima estão perto de aprovar o mecanismo REDD – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal. No entanto, como resumiu bem a diretora-geral do Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR), Francis Seymour, em sua terceira edição, o encontro mostra que a fase de implementação de políticas florestais com foco na mitigação de emissões de carbono ainda é um grande desafio.

Um dos discursos mais incisivos foi feito pelo economista Nicholas Stern. Ele repetiu sua visão de que reduzir as emissões por desmatamento é um jeito mais rápido, barato e efetivo de interferir na tendência de crescimento das concentrações de carbono na atmosfera. Seu cálculo é de que nos próximos anos seria preciso US$ 15 bilhões por ano para a fase do REDD que vai capacitar países a formar projetos e a monitorá-los. Stern foi claro na cobrança de um comprometimento dos países desenvolvidos em financiar o esforço das nações tropicais em reduzir o desmatamento. “Certamente temos responsabilidade para pagar pelos custos de se reduzir o desmatamento”, disse. 

O discurso de Nicholas Stern foi seguido por apresentação feito pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga, sobre suas expectativas para o acordo do clima.  Ele expressou sua crença de que o mecanismo de REDD é uma oportunidade grande para financiar projetos ambientais com impactos sociais positivos. Citou o programa Bolsa Floresta como exemplo e disse acreditar que sem compensação para famílias e agricultores não é possível baixar as derrubadas. “Eu estava com uma moradora da floresta e ela me disse, eu tenho cortar essa árvore para alimentar o meu filho. “, ele contou a platéia do Forest Day.

Braga voltou também a reforçar a meta de que vai zerar o desmatamento do Amazonas em 2030. Ele descreveu o projeto em quadro estágios. Primeiro coibir as derrubadas dentro de áreas protegidas, depois nas zonas de amortecimento, e então trabalhar nas zonas rurais. O último estágio seria interromper a expansão urbana que causa desmatamento. Para que isso tudo aconteça, no entanto, ela afirma que será preciso muita ajuda internacional, pelo menos R$ 5 bilhões por ano.

Leia também

Reportagens
28 de maio de 2025

“Brasil não pode ser petroestado e líder climático ao mesmo tempo”, alerta Suely Araújo

Em meio às discussões da COP 30, ex-presidente do Ibama critica a expansão petrolífera e aponta riscos da exploração na Foz do Amazonas

Notícias
28 de maio de 2025

“O poder da juventude está em aproximar realidades cotidianas dos espaços de decisão”

Cientista ambiental da Rede Favela Sustentável avalia papel do jovem no enfrentamento da crise climática, tema-foco do IV Fórum Terra 2030

Notícias
28 de maio de 2025

Onda de apoio a Marina Silva após ataques sofridos no Senado une ministras, governadoras e sociedade civil

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi alvo de violência política e de gênero durante audiência de comissão

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.