Reportagens

683 mil ha já desmatados nos parques do MT

Áreas de proteção ambiental do Mato Grosso já perderam 12% de sua cobertura vegetal,  aponta relatório do SIPAM. Situação é mais grave em terras indígenas.

Redação ((o))eco ·
26 de julho de 2010 · 14 anos atrás

Na última semana o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) entregou aos órgãos públicos mato-grossenses o relatório 2010 do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE), que delimita áreas de desmatamento em terras indígenas e unidades de conservação.

De acordo com o levantamento, no Mato Grosso quase todas as Unidades de Conservação já sofreram danos ambientais, como perda de cerca de 12% de sua cobertura vegetal até ano passado. A Área de Proteção Ambiental (APA) Cabeceiras do Rio Cuiabá, localizada no centro-sul do estado, por exemplo, se destaca negativamente, com mais de 104 mil hectares desmatados. 

Com base nas imagens de satélite do segundo semestre de 2009, o relatório revela que 683 mil hectares já foram desmatados dentro dos 19 milhões de hectares de áreas especiais do estado. O desmatamento percorre Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Unidades Federais, porém os índices mais graves são encontrados em Unidades de Conservação Estaduais (315,3 mil hectares desflorestados) e terras indígenas com a maior perda, 317,2 mil hectares desmatados. Algumas áreas encontram-se em situações delicadas, esse é o caso das terras indígenas de Jarudore, município de Poxoréo que possui 73% de sua área desmatada. A APA Meandros do Rio Araguaia, localizada nos municípios de Cocalinho e Novo Santo Antônio, é responsável por mais de 80% do desmatamento e já perdeu 11% de sua cobertura original.

O gerente regional do Sipam, José Neumar da Silveira afirma que a intenção é reunir informações que ajudem no combate contra crimes ambientais em áreas de conservação e, para tanto, apresentou para autoridades federais e estaduais os dados resultantes da análise de imagens de satélite, que poderão dar origem a fiscalizações. “Nesses encontros foi possível identificar que o trabalho em conjunto tem dado resultado. Ações do Ministério Público Federal, autuações feitas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e fiscalizações que resultaram na descoberta de garimpos pela Fundação Nacional do Índio são exemplos disso”, revela Neumar.

Leia também

Notícias
20 de dezembro de 2024

COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas

Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados

Reportagens
20 de dezembro de 2024

Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial

Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa

Reportagens
20 de dezembro de 2024

Trilha que percorre os antigos caminhos dos Incas une história, conservação e arqueologia

Com 30 mil km que ligam seis países, a grande Rota dos Incas, ou Qapac Ñan, rememora um passado que ainda está presente na paisagem e cultura local

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.