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Impacto da redução do desmatamento no Mato Grosso

Novo estudo sustenta que emissões causadas pela destruição da floresta no estado podem seguir caminhos bem diferentes. Depende de ação para coibir derrubadas.

Vandré Fonseca ·
29 de julho de 2010 · 15 anos atrás
Plantação de soja no Mato Grosso (foto: Gillian Galford)
Plantação de soja no Mato Grosso (foto: Gillian Galford)

A redução de 89% no desmatamento no estado do Mato Grosso até 2020 pode evitar a emissão 9,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes nos próximos 40 anos, segundo um estudo de pesquisadores da Universidade de Columbia e do MIT publicado esta semana pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores compararam emissões previstas em dois cenários diferentes. No primeiro, em que o agronegócio continua a avançar sobre florestas e cerrado como ocorreu no início do século, as emissões poderiam chegar a 15,8 bilhões de tonenadas CO2 equivalentes, até 2050.

No outro cenário, mais otimista, as metas do governo de redução do desmatamento seriam rigorosamente seguidas, e o desmatamento continuaria a cair, como em anos mais recentes. As emissões, até 2050, neste caso, seriam de 6,3 bilhões de toneladas.

O estudo foi liderado pelo PhD Gillian Galford. Para ele e outros autores, tanto o desmatamento direto como o as mudanças no uso da terra para o plantio de grãos e a criação de gado contribuem significativamente para as emissões.

Eles defendem políticas de desmatamento evitado como a melhor forma de conter as possíveis emissões de gases de efeito estufa no Mato Grosso. Ou seja, esquemas que paguem aos proprietários o custo de oportunidade de não utilizar a terra com florestas.

O artigo “Estimating greenhouse gas emissions from land-cover and land-use change: Future scenarios of deforestation and agricultural management” (Galford, G.L., Melillo, J.L., Kicklighter, D.W., Cronin, T.W., Cerri, C.E.P., Mustard, J.F., and Cerri, C.C.), pode ser acessado aqui 

(Vandré Fonseca)

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