Por Eduardo Pegurier
1 – Pelo desempenho. Ao alcançar quase 1/5 dos votos e ganhar em Brasília, conquistou o direito de influenciar os rumos do próximo governo; temperando uma eleição que tinha tudo para ser, do início ao fim, reduzida a uma escolha binária. Com menos recursos e apenas um minuto e dezessete segundos de TV, promoveu um novo começo.
2 – Na campanha, a plataforma verde de Marina corria o risco de ser vista como exótica e difusa, mas foi a que mais se esmerou em apresentar diretrizes de um programa de governo. Ela foi enfática ao lembrar que o Estado é laico e não se mistura com posições religiosas pessoais. Não criou uma retórica dúbia ao se afastar das velhas divisões entre esquerda e direita, capitalismo e socialismo, e juntar cabeças econômicas como as de José Eli da Veiga, Ricardo Paes de Barros e Eduardo Giannetti.
3 – É melhor que Lula como mito de perseverança e mobilidade social. Através de sua vida, mostrou que é possível superar uma juventude de pobreza, doenças e analfabetismo até os 15 anos de idade, alcançar um diploma universitário e se tornar uma mulher cultivada e bem-sucedida. Por divergência de princípios, rompeu com o PT, seu partido por 30 anos. Esse movimento manteve sua integridade, até agora inquestionada, e lhe permitiu reerguer nessa campanha a bandeira da ética na política.
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