Quando se olha para os números globais de distribuição de água, o Brasil aparece como país privilegiado: detém 12% da reserva de água doce do planeta. A aparente abundância esconde problemas sérios de abastecimento hídricos, atuais e futuros, como mostra o Atlas Brasil, estudo da Agência Nacional das Águas (ANA), divulgado hoje, no Dia Mundial da Água.
De acordo com o documento, 55% dos municípios, ou 3.059 do total, precisam de R$ 22 bilhões de investimentos em sistemas de captação e distribuição de água até 2015. Esses municípios correspondem a pelo menos 73% da demanda do país inteiro. Em 2025, serão 139 milhões de habitantes nesses municípios, ou seja, 72% da população brasileira.
Mais de 59% das sedes urbanas do Norte e Nordeste necessitam de investimentos em sistemas de produtores de água. Juntos, Nordeste e Sudeste demandam 74% do total dos investimentos necessários, que equivalem a R$ 16,5 bilhões que seriam destinados a 2.076 municípios.
Essas duas regiões requerem grande volume de investimentos devido ao maior número de aglomerados urbanos e por causa do semiárido, área com maior escassez de água do Brasil. Dos 1.133 municípios que compõem a região, 826 sedes requerem investimentos para ampliar a oferta de água, predominantemente na conexão a sistemas integrados projetados ou com obras em andamento (R$ 3,6 bilhões para 218 cidades).
Veja os números:
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