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Guiana Francesa sofre com mineração ilegal de ouro

Apesar dos esforços para controlar a mineração ilegal de ouro, alto preço do metal leva cada vez mais pessoas a praticar a atividade na porção amazônica da região.

Johann Earle ·
17 de janeiro de 2012 · 13 anos atrás
Extração ilegal de ouro na Amazônia é ainda um grande problema a ser enfrentado pelas autoridades na Guiana Francesa. Foto: WWF Guianas
Extração ilegal de ouro na Amazônia é ainda um grande problema a ser enfrentado pelas autoridades na Guiana Francesa. Foto: WWF Guianas
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A Guiana Francesa é parte do território da França, embora esteja na América do Sul. Possui 83,1% de seu território coberto por floresta equatorial. É lar de vasta diversidade de flora e fauna dos quais 5.750 espécies de plantas, 718 de aves, 183 de mamíferos, 480 de peixes de água doce e 108 de anfíbios. Na Guiana Francesa, os 83 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica representam metade da biodiversidade da França. Seus ecossistemas estão entre os mais frágeis e ricos do mundo, com florestas tropicais primárias, manguezais e savanas.

A mineração ilegal de ouro, com o uso de mercúrio na região da fronteira com o Brasil, tem ameaçado a floresta amazônica na Guiana Francesa, onde a atividade ocorre desde o final dos anos 90. Apesar dos esforços para coibir a ilegalidade, o alto preço do metal tem levado cada vez mais pessoas a entrar na vasta floresta com vistas à prática da extração à revelia da lei, o que é um grande desafio para as autoridades. Por causa da mineração ilegal de ouro, entre 1999 e 2001 6.421 hectares (ha) de floresta foram impactados na região. Em 2008, este número subiu para 20.936 ha.

Uma das consequências da atividade é o desmatamento. Outra é a poluição causada pelo mercúrio, que não é utilizado por garimpeiros legais desde que ele foi proibido por decreto em 2006. Quem está ilegal não respeita a legislação. “Primeiro cortam as árvores, depois removem a camada superior do solo para obter material aurífero e então as águas residuais poluem o ecossistema florestal”, diz Vieira. O WWF Guianas estima que para produzir 1 kg de ouro os garimpeiros utilizem pelo menos 1 kg de mercúrio, o que coloca em risco sua saúde e a dos povos locais que vivem nas proximidades. Por causa do índice naturalmente elevado de mercúrio no solo da Amazônia, qualquer adicional se torna uma ameaça à saúde humana, à floresta e ao ecossistema aquático. 30 toneladas de mercúrio são jogadas no ambiente natural das Guianas a cada ano. “Isso também é comum no Brasil e onde quer que este tipo de mineração em pequena escala exista”, explica Rickford Vieira, responsável por estudos relativos à redução de impactos causados por mineração de ouro do WWF Guianas.

 

Fiscalização deficitária

Parar os garimpeiros ilegais por meio da legislação não é nada fácil porque eles são muito móveis e estão geograficamente dispersos. “Os militares vêm, passam três meses, expulsam a maioria dos trabalhadores ilegais, mas quando vão embora a atividade recomeça”, diz Vieira. “Você encontra um aqui e outro acolá. É muito difícil monitorar”, explica. Ele estima que existam cinco mil garimpeiros ilegais na Guiana Francesa – e isso comprova que o Estado tem pouco controle sobre a ilegalidade do setor. Quanto maior o preço do ouro (que nos últimos cinco anos aumentou 600%), maior o número de trabalhadores ilegais.

Entre as maiores implicações da mineração em pequena escala, como a que se vê ilegalmente na Guiana Francesa, estão os danos ambientais causados e, principalmente, a necessidade de subsistência. “Eu não acho que haja qualquer garimpeiro lá fora incapaz de compreender que suas atividades estão causando impactos. Se você mostrar isso, o que ele vai lhe dizer é que precisa ganhar um salário e que, se tivesse alternativa, provavelmente estaria fazendo outra coisa”, diz Dr. David Singh, diretor-geral da Conservação Internacional (CI).

Uma das limitações da mineração de pequena escala é a desorganização. “Muitos desses garimpeiros trabalham isoladamente uns dos outros e há pouca chance de serem capazes de se unir, por exemplo, para realizar atividades de regeneração”, afirma. De acordo com ele, a reforma das leis de gestão dos recursos naturais poderia incentivar um novo mercado com a criação de indústrias focadas em regenerar áreas afetadas pela mineração. Outra saída seria o pagamento de taxas sobre a compra e a venda do ouro que resultassem em recursos capazes de recuperar áreas afetadas.

Pagamento por serviços ambientais?

Para David Singh, os danos causados pela mineração e por obras de infraestrutura dentro da floresta devem ser levados em consideração. “Todas essas atividades que constituem ameaças são motivadas por necessidades econômicas e aumento do preço de commodities. É preciso equilibrar a ‘exploração’ com incentivos baseados na manutenção destes ecossistemas, o que tornaria possível a discussão sobre vantagens e desvantagens de cada atividade que consideremos mais predatória. A região amazônica não seria puramente fornecedora de mercadorias, mas prestadora de bens e serviços”. É preciso valorizar a floresta. “A comunidade internacional está disposta a pagar por isso. A Amazônia representa muito mais do que um espaço para extração de recursos”.

 

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Comentários 2

  1. adelar diz:

    os garimpos de ouro da guiana ,da muito dinheiro,mas o problema disso e que esse dinheiro é gastado com mulheres de programa no oiapoque,macapa e belem cervejas drogas e outros desejos da carne, não gosto de ficar la muito tempo por causa dos gendaimarie policia françesa que são sem cultura ou educação ja tive algumas deportações por entrar clandestino porque o visto é muita burrocracia para conseguir então a solução é entrar clandestino pegar o ouro e vim de volta para o brasil!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! É NOIS TRUTA……….


    1. darlan diz:

      estou querendo ir pra lar trabalhar