De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a produção de carvão vegetal, usado para abastecer a siderurgia de Corumbá, e a pecuária, estão entre as principais causas do desmatamento. A cidade de Corumbá (MS) é, em números absolutos, o responsável pelo maior índice de desmatamento entre 2002 e 2008. Historicamente, entretanto, este título fica com o município de Cáceres, que sempre apresentou os maiores índices de perda de vegetação, segundo o MMA.
Já segundo o estudo feito em parceria entre as ONGs WWF, Conservação Internacional, SOS Pantanal e SOS Mata Atlântica, além da Fundação Avina e Embrapa, a perda total do bioma entre 2002 e 2008 foi de 12,4 mil km². A pressão maior está sobre o planalto do bioma, que possui apenas 41,8% de sua cobertura original. A região de planície conserva ainda 86,6% de sua vegetação original.
De acordo com este estudo, a pecuária é o principal vetor de desmatamento no Pantanal. A conversão de vegetação em pastagens é responsável por 11,1% do uso da terra na área de planície e 43,5% no planalto. A agricultura ocupa 0,3% da região de planície do bioma e 9,9% do planalto.
A grande diferença entre os números do MMA e ONGs deve-se, principalmente, à área considerada para estudo. O levantamento do Ministério levou em conta somente os limites do bioma Pantanal, desconsiderando a área da Bacia do Alto Paraguai, por considerar que as nascentes do Rio Paraguai encontram-se nos domínios do bioma Cerrado. Segundo o MMA, até o final do ano serão realizadas 10 operações estratégicas nas áreas onde a pressão por desmatamento é maior. (Cristiane Prizibisczki)
Leia também
Supressão de área verde para construção de complexo viário gera conflito entre Prefeitura e sociedade civil em São Paulo
Obras levariam à derrubada de 172 árvores no canteiro central da avenida Sena Madureira; municipalidade recorreu de liminar do MP-SP que mantém operação paralisada →
Mato Grosso aprova norma que limita criação de Unidades de Conservação no estado
Pelo projeto, só poderão ser criadas novas áreas protegidas após a regularização fundiária de 80% das já existentes. Organizações criticam decisão →
Garimpos ilegais de ouro podem emitir 3,5 toneladas de carbono por hectare e concentrar mercúrio no solo
Pesquisadores da USP e colaboradores analisaram amostras de áreas de mineração em quatro biomas, incluindo Amazônia →