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No cenário, duas fazendas embargadas por desmatamentos ilegais nos municípios que saíram recentemente da lista de campeões do desmatamento do Ministério do Meio Ambiente: Dom Eliseu e Ulianópolis, no estado do Pará. Mesmo proibidas de produzir, o Ibama apreendeu cerca de 372 toneladas de soja produzidas nessas fazendas. A soja foi doada ao programa de combate à fome Mesa Brasil.
“As 372,6 toneladas de soja foram localizadas em um silo comercial, onde ocorreu a apreensão. O fazendeiro, para mascarar a origem irregular da soja, expediu notas fraudadas como se ela tivesse sido cultivada em outra propriedade, não embargada”, informou o Ibama, em nota.
O avanço da monocultura sobre a floresta preocupa o Ibama, que deflagrou nos dois municípios paraenses a operação “Bom Conselho”, para combater o desmatamento causado pelo plantio de commodities na região. Em 2012, o Ibama já havia aplicado R$ 43,9 milhões em multas e embargou 5,7 mil hectares por causa de desmatamentos ilegais realizados para a expansão de plantações de grãos nos dois municípios.
“Estamos retornando a Dom Eliseu e Ulianópolis para impedir que o crescimento da área agrícola no sudeste paraense implique também mais aumento nos desmatamentos não autorizados”, afirma Hugo Américo, superintendente do Ibama no Pará, em comunicado.
A propriedade de Dom Eliseu é uma velha conhecida: tem histórico de R$ 5,3 milhões em multas. Já a fazenda de Ulianópolis, foi alvo de operação no mês passado, quando o Ibama apreendeu 128 toneladas de arroz cultivado na área embargada. Na ocasião, o arroz foi doado à prefeitura de Paragominas, que usou o produto na merenda escolar.
Desde o segundo semestre do ano passado, os municípios Dom Eliseu e Ulianópolis vem apresentando aumento nas áreas desmatadas, segundo os alertas do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do INPE, o que levou a diversas operações do Ibama à região.
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