A tentativa do governo de Beto Richa (PSDB) de privatizar 12 mil hectares de florestas públicas no Paraná não foi bem sucedida. O leilão realizado na tarde desta segunda-feira (26) não teve interessados. A área posta a venda é formada por 7 das 17 fazendas de pinheiros e remanescentes da Mata Atlântica que pertence ao governo do estado.
O objetivo era arrecadar 105 milhões com a venda das áreas reflorestadas. O governo estadual quer se desfazer dos 45 mil hectares administradas pelo Instituto de Florestas do Paraná, autarquia ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, e transferir esses custos para a iniciativa privada. O leilão realizado hoje iria privatizar 41% desse montante.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o secretário Norberto Ortigara, da Agricultura, afirmou que os remanescentes da Mata Atlântica que estão nas fazendas não poderão ser cortados, pois estão na área de Reserva Legal ou em APPs (Área de Proteção Permanente).
Ainda de acordo com o jornal, a autarquia dá prejuízo e o atual governo não quer gastar dinheiro com manejo e venda de madeira. Desde o ano passado, o estado vem enfrentando dificuldades de pagar fornecedores e realizar obras.
Apesar da derrota de hoje, o governo não desistiu de se livrar da função de vender madeira. Nova licitação será marcada.
Leia Também
Verde à venda
O loteamento das florestas públicas do Brasil
Projeto paulista legaliza concessões em parques estaduais
Leia também
Candidatos nas campeãs de desmatamento na Amazônia acumulam irregularidades ambientais
Levantamento exclusivo mostra que 63 candidatos-fazendeiros têm problemas em suas propriedades. Em São Félix do Xingu (PA), prefeito condenado por mentir para atrapalhar desintrusão de terra indígena tenta se reeleger →
Amazônia branca: sem proteger a Antártida, adeus clima
Itamaraty precisa fortalecer o papel do Brasil na proteção da Antártida e mandar delegação qualificada para a reunião da Convenção para os Recursos Vivos Marinhos Antárticos →
Extrema direita pode levar a Amazônia ao ponto de não retorno, dizem pesquisadores
Artigo assinado por 14 pesquisadores de diferentes instituições alerta para perigo da eleição de políticos de extrema direita em municípios com grande desmatamento →