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Aves marinhas voltam à natureza no Paraná

Soltura de um gaivotão (Larus dominicanus) e de uma fragata (Fregata magnificens) foi acompanhada por biólogos e veterinários do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da UFPR

Sabrina Rodrigues ·
21 de janeiro de 2020 · 4 anos atrás
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Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Gaivota recuperada esteve sob os cuidados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, coordenado pela UFPR, no Paraná. Foto: PMP-BS/Divulgação.

Pontal do Paraná, a noventa e sete quilômetros de Curitiba (PR), foi o local escolhido para que um gaivotão (Larus dominicanus) e uma fragata (Fregata magnificens) — também chamada de tesourão —, fossem reintegradas ao meio ambiente, após os cuidados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), coordenado no estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A soltura das aves marinhas aconteceu na sexta-feira (17).

O gaivotão foi encontrado debilitado devido a uma intoxicação. Foto: PMP-BS/Divulgação.

As aves foram resgatadas no litoral paranaense no final do ano passado. No dia 20 de dezembro, o gaivotão foi encontrado debilitado. O provável motivo seria uma intoxicação por toxina botulínica (botulismo), causada por alimento contaminado pela bactéria causadora da doença. “Esta doença possivelmente foi a causa de outros encalhes que registramos”, acredita  a pesquisadora Camila Domit, que coordena o Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR. 

A fragata, por sua vez, foi encontrada no dia 30 de dezembro, com uma laceração na asa esquerda que a impedia de voar. A ave passou por um tratamento até que essa capacidade fosse restabelecida.

A soltura das aves marinhas

Depois de passarem pelos cuidados médicos do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), os animais passaram por um período de adaptação em um recinto externo do laboratório, onde voltaram a se alimentar, alçar voos e realizar ações de higienização e arrumação das penas. 

A Fragata tinha laceração em uma asa quando foi resgatada. Foto: PMP-BS/Divulgação.

A reintegração dos animais ao meio ambiente foi acompanhada por biólogos e veterinários por meio da anilha que as aves receberam assim que tiveram a saúde restabelecida. “Estamos torcendo para que logo sejam avistadas alçando voos em nosso litoral”, diz a bióloga marinha e pesquisadora Camila Domit, que coordena o LEC.

De todos os animais resgatados pelo Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC), as aves marinhas correspondem a 24% desse total que conseguem ficar saudáveis a ponto de poderem ser reintegrados à natureza. “O percentual pode parecer pequeno, mas considerando o estado de debilitação que animais marinhos encalham, entendemos que é expressivo e mostra um bom resultado”, avalia Camila Domit.

Fragata totalmente reabilitada. Foto: PMP-BS/Divulgação.

 

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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