Com cirurgia marcada para o domingo, dia 08 de setembro, para corrigir uma hérnia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) “nem que seja de cadeira de rodas ou de maca”. A reunião está marcada para acontecer no dia 24 de setembro, em Nova York, e o chefe de estado brasileiro será o primeiro a discursar.
Bolsonaro afirmou que quer falar sobre a Amazônia, assunto que ganhou repercussão internacional após o presidente acusar (sem provas) as ONGs de promoverem queimadas na região.
“Eu vou comparecer à ONU nem que seja de cadeira de rodas, de maca, vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam”, afirmou Bolsonaro aos jornalistas na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (2).
“Ela [Amazônia] foi praticamente vendida para o mundo. Eu não vou aceitar esmola de país nenhum do mundo com o pretexto de preservar a Amazônia, sendo que na verdade ‘ela’ está sendo loteada e vendida”, afirmou. “Uma chance que eu tenho de falar para o mundo sobre a Amazônia, eu vou deixar essa oportunidade? ”
“Se eu fosse, desculpe o linguajar, ‘vaselina’, e voltasse de Osaka e tivesse demarcado 30 reservas indígenas, mais área de proteção ambiental, mais parques nacionais, a Amazônia seria um polo sul ou polo norte, não estaria pegando fogo em lugar nenhum. O que eles querem é cada vez mais, ao demarcar mais terras, inviabilizá-las para nós”.
O presidente também afirmou que não sabe se irá visitar a Amazônia e disse que não tem pacote algum sobre meio ambiente. Também disse que está cumprindo o que prometeu na campanha de não demarcar mais terra indígena.
Política adotada pelo estado brasileiro a partir da Constituição Federal de 1988, terras indígenas são áreas da união ocupadas historicamente pelas comunidades indígenas e de usufruto dessas populações. Para Bolsonaro, a demarcação dessas áreas e a criação de unidades de conservação, ato feito inclusive durante o regime militar, são imposições estrangeiras.
“Eu até perguntei aos ministros, ‘temos recursos? ’ Não têm. Queremos a verdade. Naquela reunião de governadores, só um mais à esquerda falou em dinheiro. Para governador, se quiser grana, eu dou, mas no estado dele, eu vou entulhar de reserva, parques nacionais e quilombolas. Quer 10 milhões de dólares? Tá e vai ser entregue o estado dele” disse.
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Lá vem mais boicote a nossas exportações. Com esse discurso vamos acabar bem soberanos e isolados, como o Irã.