Salada Verde

Finados: conheça algumas espécies que já não existem mais

No dia dos mortos, relembramos espécies da fauna do Brasil e do mundo listadas na lista vermelha de espécies ameaçadas como extintas

Daniele Bragança ·
2 de novembro de 2017 · 7 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

A civilização ocidental escolheu o dia 2 de novembro para relembrar seus mortos. A tradição é anterior a Idade Média, mas a fixação da data ocorreu no século XI, imposta pela Igreja Católica. Todos os anos, milhares de pessoas vão aos cemitérios entregarem flores para os seus.

Criado com a missão de ser a voz de quem não tem voz, ((o))eco apresenta neste dia dos mortos algumas espécies da Fauna que já não existem mais. Ao contrário dos humanos, em que a vida individual é considerada sagrada, quando se trata de animais o que é considerado grave é a extinção de toda uma espécie, normalmente por pressão da caça e da extinção de seu habitat. Nesse dia dos mortos, homenageamos estes:

Corujinha caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum)

Corujinha caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum). Foto: Wikipédia.
Corujinha caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum). Foto: Wikipédia.

A corujinha caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) está extinta na natureza. A espécie é endêmica da Mata Atlântica nordestina. Segundo os pesquisadores, há anos não ocorrem registros oficiais de visualização da corujinha na natureza. O último registro foi feito há 24 anos.

A espécie vivia em uma faixa de Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco que abrange áreas de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Conhecida pelo sugestivo nome de Centro de Endemismo Pernambucano (CPE), trata-se de uma faixa onde ocorrem centenas de espécies endêmicas — que só são encontradas ali. De acordo com estimativas, o CPE possui 434 espécies, sendo 26 aves endêmicas da região.

Perereca (Phrynomedusa fimbriata)

Phrynomedusa fimbriata. Foto: ResearchGate.
Phrynomedusa fimbriata. Foto: ResearchGate.

Endêmica do Brasil, a Phrynomedusa fimbriata foi coletada pela primeira vez em 1896 no Alto da Serra de Paranapiacaba, no município de Santo André, no estado de São Paulo. Descrita 27 anos depois, a espécie não foi mais encontrada após isso. Por essas razões, Phrynomedusa fimbriata está na lista vermelha da fauna brasileira ameaçada de extinção avaliada como Extinta (EX).

Maçarico-esquimó (Numenius borealis)

Maçarico-esquimó (Numenius borealis). Foto: Wikipédia.
Maçarico-esquimó (Numenius borealis). Foto: Wikipédia.

Maçarico-esquimó foi abundante até o século XIX. A caça e a destruição das pradarias norte-americanas e dos Pampas na América do Sul reduziram a população da espécie, que já não é vista desde 1992 e por isso, a espécie é considerada extinta.

Segundo o Wikiaves, esta ave alimentava-se de pequenos invertebrados que capturavam na lama e no sedimento dos estuários e corpos d´água das áreas que utilizavam durante o período de migração.

Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus)

Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus). Foto: Wikipédia.
Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus). Foto: Wikipédia.

A arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus) não é vista a mais de 80 anos e não se tem notícias de existam espécimes em cativeiro, e por isso é considerada extinta. Encontrada nas bacias dos rios Paraná e Uruguai, na Argentina, Paraguai, Uruguai e sul do Brasil, era parente da arara-azul-grande e da arara-azul-de-lear. A arara-azul-pequena é a menor representante do gênero Anodorhynchus com 69 centímetros de comprimento

Peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii

Peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii). Foto: wikipédia.
Peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii). Foto: Wikipédia.

Peito-vermelho-grande é uma ave da ordem dos Passeriformes da família Icteridae. Há mais de 100 anos, a espécie era amplamente distribuída no leste da Argentina e Uruguai e no Brasil. Os últimos registros no território nacional ocorreram há mais de 70 anos no Rio Grande do Sul, de modo que ela é considerada extinta no Brasil.

 

Leia Também 

Entenda a classificação da Lista Vermelha da IUCN

IUCN atualiza lista de espécies ameaçadas de extinção

Até 2020, 67% das espécies de vertebrados poderá deixar de existir

 

 

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Análises
6 de março de 2017

Até 2020, 67% das espécies de vertebrados poderá deixar de existir

As pressões decorrentes de práticas não sustentáveis, como a agricultura, a pesca e a mineração contribuem para a degradação do meio ambiente terrestre e aquático

Notícias
3 de julho de 2013

IUCN atualiza lista de espécies ameaçadas de extinção

Na relação, a queixada, um porco-do-mato encontrado desde o México até o Sul do Brasil, passou a ser classificada como Vulnerável.

Dicionário Ambiental
6 de janeiro de 2014

Entenda a classificação da Lista Vermelha da IUCN

Ela classifica o status de conservação das espécies. Na sua última versão, catalogou 63.837 espécies em 9 categorias de risco

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Fagner diz:

    Alguns de muitos!

    Alerto para o nome errado da Ararinha em parenteses.
    Abraço