Sempre à frente do seu tempo, a cantora Rita Lee deixou um precioso legado não só para a música e a cultura brasileira, mas também na luta pela preservação da natureza. Há cerca de 40 anos, quando o assunto ainda era incipiente e restrito a pequenos nichos, a cantora publicou uma série de livros infantis sobre a temática.
“Uma vez, adotei um ratinho lindo. Papo vai, papo vem, ele me contou toda a sua história. E me disse que já havia sido gente! E mais: que se transformou em um rato para defender os bichos e a natureza. Gostei tanto que vou contar para vocês as aventuras de Alex.” Assim começa a saga do Dr. Alex, um cientista alemão defensor do meio ambiente que se transforma em rato para se livrar de um grupo de malvados.
A primeira edição da série, que conta com quatro títulos, foi publicada entre 1986 e 1992. Em 2020, a Editora Globo relançou os livros, com textos revisados pela autora e novo projeto gráfico.
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2023/05/capas-livros-rita-lee.png?resize=640%2C415&ssl=1)
“Esses quatro livrinhos do ratinho Alex foram escritos nos anos 80, quando quase ninguém falava de meio ambiente, defesa dos animais, mineração desenfreada e tantas outras tragédias. A Globo Livros resolveu lançá-los por achar os temas mais atuais hoje do que nunca. O que fiz foi revisitar os textos e ganhei ilustrações belíssimas de Guilherme Francini e Quihoma Isaac”, disse a cantora ao jornal Extra, à época do relançamento dos livros.
“Escrever para crianças me dá o prazer de conversar com gente do futuro, gente que vai herdar nossa Nave Mãe Terra. Passo informações sobre os perigos pelos quais nosso planeta, especialmente o Brasil, está passando em relação à destruição e o desrespeito à Natureza”, disse ela, referindo-se à natureza com a letra maiúscula mesmo.
Além desta série, Rita Lee também se manifestou publicamente, em diferentes ocasiões, em defesa da preservação dos biomas brasileiros.
Em entrevista ao jornal O Globo em setembro de 2020, Rita Lee criticou a política anti-ambiental do governo Bolsonaro. “Não é de agora que a Amazônia vem sendo estuprada. E também o Pantanal. Mas, nesse momento, tudo está ainda pior”.
Rita Lee faleceu nesta segunda-feira (8). Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e desde então vinha fazendo tratamentos contra a doença.
Leia também
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2022/07/Capa-_-Olhar-Perto-enxergar-longe.png?fit=640%2C908&ssl=1)
Olhar Perto, Enxergar Longe: Crônicas ambientais atemporais
((o))eco homenageia um dos seus fundadores, Marcos Sá Corrêa, com um e-book que reúne uma seleção dos seus principais textos para o veículo que ajudou a criar. "Olhar perto, enxergar longe: crônicas ambientais atemporais" traz 98 colunas do jornalista e fotógrafo sobre os mais variados temas ambientais: desde mudanças climáticas e áreas protegidas, até trilhas e beija-flores. O olhar sensível e a escrita afiada de Marcos transformavam tudo em uma boa história. →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2022/04/3x2-Mockup-Biodiversidade-em-pauta-1.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
Biodiversidade em pauta: Um guia para comunicadores
Disponível para download, publicação voltada para comunicadores nasce da necessidade de multiplicar e aprofundar os espaços na mídia para a cobertura da biodiversidade →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2022/07/Mata-Atlantica-Novas-Historias-_-ebook_-CAPA.jpg?fit=640%2C907&ssl=1)
Mata Atlântica: novas histórias
A Mata Atlântica foi por séculos o palco da destruição predatória da natureza. O resultado é um bioma fragmentado, depauperado ou simplesmente desaparecido. A história da Mata Atlântica, entretanto, ainda não acabou. Nas últimas décadas multiplicaram-se movimentos para não apenas proteger, mas restaurar, tanto quanto possível, a potência ecológica da Mata. São iniciativas de conexão, recuperação e resgate. Esse é o tema de “Mata Atlântica: novas histórias”, especial produzido por ((o))eco com apoio do Instituto Serrapilheira. →