
Mesmo sendo considerados prioridades para a conservação de plantas e de animais, o Triângulo Mineiro e o sudeste de Goiás continuam sofrendo com os impactos do desmatamento e da degradação ambiental. Cientes da importância de mudar este cenário, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) apresentam os principais resultados de estudos desenvolvidos com diferentes espécies da fauna e da flora do Cerrado no livro “Ecologia e conservação dos cerrados, campos e florestas do Triângulo Mineiro e Sudeste de Goiás”.
A pesquisa foi desenvolvida por meio do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), iniciativa do Conselho Nacional de Pesquisas e Desenvolvimento Científico (CNPq), que financia trabalhos desenvolvidos em 36 centros de estudos em todos os biomas brasileiros. Os estudos realizados no Triângulo Mineiro e no sudeste de Goiás recebem apoio do programa desde 2012, mesmo com alguns deles tendo início anterior ao apoio do PELD. Ao longo de 17 capítulos, os 65 autores da publicação apresentam os resultados da pesquisa e informações sobre a origem e ameaça das espécies nativas.
Comparada com outros centros de estudos, a região tem poucas unidades de conservação. Destas, muitas têm menos de 500 hectares ou estão em fase de recuperação. Outro problema é o fato de parte da vegetação nativa remanescente estar em propriedades privadas, onde há pastagens e cultivos agrícolas. Essas áreas agroecossistêmicas também recebem atenção na pesquisa, pois são fundamentais para que se entenda a ecologia da região.
Heraldo L. Vasconcelos, professor de Biologia da UFU e organizador da publicação, acredita que, além de tornar acessível informações sobre plantas e animais do Cerrado, o livro sensibilizará o leitor sobre a conservação das espécies da região. “Esperamos gerar uma maior conscientização sobre o valor e importância deste que é um dos biomas mais ameaçados do planeta. Esperamos também chamar a atenção sobre a importância da pesquisa científica básica e estimular a formação de uma nova geração de pesquisadores”, afirma.
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