A sexta-feira foi marcada pela visita do presidente americano, Joe Biden, à Convenção do Clima da ONU, que este ano está sendo realizada no Egito. Em seu discurso, Biden anunciou o apoio financeiro de 150 milhões de dólares para projetos de adaptação climática na África.
O recurso é bem-vindo, mas é pouco para as necessidades de mitigação e adaptação em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento: a cifra acordada pelos países membros na ONU é de aportes anuais de 100 bilhões de dólares, o que nunca chegou a ser alcançado.
Biden também anunciou que os EUA estão trabalhando para cumprir o compromisso de reduzir em 50% suas emissões de gases estufa até 2030. Se conseguir, o resultado será sentido em todo globo: os EUA é o 2º maior emissor de GEE do mundo. Quase ¼ de gases estufa lançados na atmosfera todos os anos vêm dos EUA.
Fundo Amazônia
A ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou de vários eventos hoje na COP 27. Um deles foi sobre a potência brasileira em relação ao meio ambiente no novo governo, que também contou com a presença de Jeniffer Morgan, atualmente representante especial para a política climática internacional do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
O clima de amizade e companheirismo entre elas fortaleceu a ideia da retomada do Fundo Amazônia e as cooperações entre os países. Morgan também mostrou entusiasmo com a vitória de Lula e a possibilidade de retomada das relações bilaterais entre os dois países.
Coca-cola
O fato de a Coca-Cola ser a patrocinadora oficial da cúpula do clima gerou muito criticismo desde o início do evento. Não é para menos, Coca-Cola está entre os maiores produtores de lixo plástico do mundo.
Durante toda esta semana, muito se falou sobre a incoerência de ter uma empresa poluidora com a marca ligada à COP. Nos burburinhos dos corredores, chegou-se até a cogitar o abandono do patrocínio, desmentido pela empresa no final da noite de ontem
Desde ontem, os quiosques amanheceram com fitas adesivas. Segundo foi apurado, a empresa, o governo egipcio e a própria ONU, ficou acordado que a presença da marca no evento seria diminuída.
A Portas Fechadas
Nas salas do Centro de convenções fechadas ao público e nos corredores, os negociadores dos países-membro da ONU tiveram uma semana difícil, com muita negociação e pouco avanço nos tópicos que estão em discussão na agenda do evento.
Segundo Stela Herschmann, especialistas em políticas públicas no Observatório do Clima e observadora da convenção, nenhum rascunho foi fechado ainda, tornando o trabalho das negociações de alto nível na semana que vem ainda mais difícil.
Este boletim foi produzido como parte do Climate Change Media Partnership 2022, uma bolsa de jornalismo promovida pela Internews´ Earth Journalism Network e pelo Stanley Center for Peace and Security.
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