Em meio a debandadas de partidos da base aliada após a gravação da JBS atingir em cheio o centro do Executivo, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV) enviou uma carta ao Partido Verde avisando que não deixará o governo. A carta foi enviada no sábado (20).
O ministro afirma que, em um ano na pasta, conseguiu reagir contra “retrocessos que vinham ocorrendo há alguns anos nessa área e conseguir avanços concretos para o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável do Brasil.”
Sarney lista o que chama de avanços de sua gestão frente ao Ministério como o arquivamento do licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará; a conclusão da fase de povoamento do Cadastro Ambiental Rural; a criação do Refúgio da Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo e a reestruturação do orçamento de 2016 dos órgãos de comando e controle, ICMBio e Ibama. Porém, o ministro não citou o contingenciamento de 43% do orçamento para este ano nem a tentativa do Congresso em aprovar, com alterações, as Medidas Provisórias enviadas por Temer que recortam Unidades de Conservação na Amazônia (e uma em Santa Catarina).
Sarney Filho termina a carta afirmando que, “apesar do contexto político conturbado, dos riscos de retrocesso ambiental e institucional, enquanto tiver a convicção de poder contribuir para a nossa causa, a causa da sustentabilidade e da economia verde, garantindo ganhos socioambientais, estarei disposto a ocupar este espaço que, nesta crise, adquiriu importância ainda maior”.
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