Por meio de um Relatório Ambiental Simplificado, o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) solicitou ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA), uma licença para passagem temporária de embarcações pelo Rio Guaxindiba, localizado dentro da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim. O objetivo seria transportar equipamentos especiais que estão no Porto do Rio de Janeiro até o empreendimento.
Ambientalistas, pesquisadores e pescadores rejeitam a proposta devido aos riscos incorridos na dragagem do rio Guaxindiba. O processo é necessário para que as embarcações possam passar. Entretanto, como o rio é poluído, revolver seu leito pode liberar metais pesados ali acumulados. De pronto, isso prejudicaria a atividade pesqueira da região e modificaria as marés, afetando os manguezais.
O assunto esquentou e gerou protestos em frente à Alerj quando circulou em redes sociais que Breno Herrera, chefe APA Guapimirim, seria exonerado do cargo por se opor ao uso do Guaxindiba.
A Licença Prévia do Comperj determina que os rios da APA Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara são invioláveis. Portanto, trafegar no Guaxindiba sem um Estudo de Impacto Ambiental violaria as condições aceitas pelo próprio empreendimento.
A alternativa já aprovada é a construção de um pequeno porto, no município de São Gonçalo, e uma via de acesso, que ligaria este porto ao Comperj. A Petrobrás argumenta que colocar em prática essa opção é demorado demais e, por isso, por enquanto, prefere usar o rio como hidrovia.
Suposta saída de chefe da APA de Guapimirim gera protesto
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Fundo protege mangues da Guanabara

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