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Newsletter O Eco+ | Edição #131, Janeiro/2023

Cooperação suspeita, uma bolada para o MMA e a perema-do-pará

Newsletter O Eco+ | Edição #131, Janeiro/2023

22 de janeiro de 2023

Na semana passada, Gerhard Sardo, o coordenador da Comissão de Defesa do Meio Ambiente (CDMA) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) enviou ofícios para órgãos públicos federais, estaduais e do município. Nos documentos, reivindicou a criação de Grupo de Trabalho para a realização de estudos técnicos visando à criação de um Parque na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, um movimento para fazer frente às inúmeras pressões urbanas que ameaçam a biodiversidade de uma das restingas mais importantes e mais estudadas do Brasil. “Se temos uma APA que não garante o manejo adequado e a proteção da vegetação nativa e sua biodiversidade, urge a necessidade de criar uma UC de proteção integral na região. É uma antiga reivindicação de inúmeras entidades da sociedade civil e instituições de pesquisa. Temos que rever essa agenda”, argumenta Sardo. Em conversa com Elizabeth Oliveira, ele também afirmou que a ideia foi de “motivar as três esferas para alcançarmos algo”.

Sancionado pelo presidente Lula na terça-feira (17), o Projeto de Lei Orçamentária Anual destinou ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) um orçamento de R$ 3,5 bilhões este ano. A expansão orçamentária, conseguida graças aos esforços da equipe de transição do governo, garantiu recursos para a retomada de importantes programas, como é o caso do Bolsa Verde, e investimentos extras em ações essenciais da pasta, como fiscalização e combate ao desmatamento e às queimadas. A reportagem de Cristiane Prizibisczki comenta o novo orçamento, que retoma valores equivalentes ao que era investido no órgão antes da chegada de Bolsonaro ao poder.

Um artigo publicado em dezembro na revista científica internacional Chelonian Conservation and Biology é mais uma prova de que ainda há muito para ser desvendado sobre a biodiversidade da Amazônia. Pesquisadores descreveram uma nova espécie de tartaruga de água doce no bioma: a perema-do-pará (Mesoclemmys sabiniparaensis), espécie de  distribuição restrita a riachos no sudeste do estado do Pará, dentro do Arco do Desmatamento, uma das regiões mais impactadas da Amazônia. Duda Menegassi traz mais detalhes dessa descoberta, que é fruto de um trabalho que começou em 2018, a partir de uma coleção de museu.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

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· Conservação no Mundo ·

Declínio. De acordo com uma nova pesquisa publicada na revista Nature Communications, mais da metade das espécies conhecidas de tubarões e raias de recifes estão ameaçadas de extinção. A sobrepesca parece ser a maior causa do declínio populacional: tubarões e raias de recife são normalmente capturados para consumo humano e, em menor grau, para uso em roupas ou acessórios, em exibições de aquários, como alimento para animais domésticos e na medicina tradicional. O estudo identificou que 79 das 134 espécies de raias e tubarões associadas a recifes do mundo estão presentes em uma das categorias ameaçadas na Lista Vermelha da IUCN. [Mongabay]

 


 

Não foi por falta de aviso. Muito antes da mudança climática ser considerada uma crise global, o povo indígena Kogi, que há muito vive recluso nas montanhas colombianas de Sierra Nevada, já alertava que as sociedades industriais estavam destruindo a Terra e precisavam mudar seus hábitos. Hoje, os Kogi afirmam ter o conhecimento para salvar o planeta e convidaram um grupo de cientistas a trabalhar com eles e mostrar como fazer isso. Eles são parte do primeiro projeto Unesco Bridges (Pontes da Unesco), que se concentra em encontrar soluções provenientes das comunidades, ao invés de especialistas trazerem suas ideias de soluções para as comunidades. Os Kogi trabalharão com cientistas não indígenas para restaurar áreas degradadas na Sierra Nevada de Santa Marta e, juntos, desenvolverão material educacional para ensinar o método de conservação Kogi em escolas ocidentais, universidades e outros lugares, ajudando a ciência ocidental a ampliar sua perspectiva. [Mongabay]

 

· Animal da Semana ·

O animal da semana é a Ariranha!

A maior lontra do mundo! Tem em média 180 centímetros de comprimento total. É uma espécie semi-aquática, habita diversos tipos de rios, córregos, lagos, várzeas de rios e florestas inundadas na época de cheia em regiões sazonalmente alagáveis. Constroem locas, latrinas e campsites ao longo de seus territórios. 💧

É endêmica da América do Sul. No Brasil, apresenta ampla distribuição, desde o Rio Grande do Sul até a Amazônia, com exceção da região semiárida da Caatinga, estando presente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. 🌿

· Dicas Culturais ·

• Pra assistir •

Taming the Garden (2021) | Salomé Jashi

O ex-primeiro-ministro da Geórgia tem um hobby peculiar: coleciona árvores centenárias de comunidades da costa georgiana, algumas com 50 metros de altura. Não sem grandes despesas e inconvenientes, estes gigantes são arrancados de suas terras para serem transplantados em seu jardim particular.

Mubi

• Pra navegar •

O olhar precioso de Darcy | Google Arts & Culture e Museu do Índio

Darcy Ribeiro, o primeiro diretor do Museu do Índio (Funai), conta com uma homenagem do órgão em razão das comemorações do centenário do nascimento do antropólogo. A mostra fotográfica reeditada e lançada pelo Museu na plataforma online traz fotos em preto-e-branco que retratam cenas do cotidiano nas aldeias, rituais e tatuagens faciais características da tradição indígena.

Google Arts & Culture

• Pra ouvir •

Ao Ponto | O Globo

O episódio “A nova alta do desmatamento da Amazônia em 2022 e os desafios na área ambiental”, o podcast entrevista Paulo Barreto, co-fundador e pesquisador sênior do instituto Imazon, que fala sobre os novos números da devastação ambiental e aponta ações urgentes para o setor.

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