Foi comemorada por empresas como BS Colway e Pneus Hauer Brasil a decisão do desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (RS), que “liberou” novamente a importação de pneus velhos para reforma e uso no Brasil. A brecha aberta por Lenz permitirá a importação de resíduos descartados de outros países, enquanto o caso aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal.
Conforme nota do empresariado do ramo da remoldagem, haveria um “mercado de pneus inservíveis nos Estados Unidos, Europa e Japão está em franca ascensão pelos benefícios econômicos e ecológicos da reciclagem na fabricação de tapetes, pisos esportivos, playgrounds e, em especial, como fonte alternativa de energia para a indústria”. Isso abriria espaço para a “troca de pneus usados”, para a exportação de pneus velhos tupiniquins e importação de material usado em boa qualidade para reúso. Afirma, ainda, que “uma única empresa americana já está interessada em comprar pelo menos 400 contêineres mensais de pneus inservíveis gerados no Brasil”.
Estimativas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo apontam que no Brasil há em torno de cem milhões de pneus velhos descartados na natureza. e uma resolução federal instituiu a responsabilidade do produtor e do importador pelo ciclo total do produto. Mas entre 2002 e 2006, essa meta foi atingida uma única vez. Como se vê, o Brasil já tem lixo de sobra, não consegue dar um destino adequado ao mesmo e também não tem uma Política Nacional de Resíduos Sólidos.
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Incongruências palacianas
Lixão quilométrico
Pneus na natureza chegam a 100 milhões
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Sede de lixo
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