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Pós-COP30: especialistas discutem saída para uma diplomacia climática em colapso

Debate promovido pelo Proam discute alternativas práticas e políticas diante da ausência de avanços na conferência realizada em Belém

Redação ((o))eco ·
26 de novembro de 2025
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Uma semana depois do encerramento da COP30, em Belém, o sentimento entre cientistas e ambientalistas é de que o mundo perdeu tempo precioso. Sem acordos robustos sobre reduções de emissões ou financiamentos climáticos, a conferência expôs a dificuldade crescente da diplomacia internacional em lidar com um aquecimento global que avança mais rápido do que a capacidade política de resposta. É nesse cenário que o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) promove, nesta quinta-feira (27), um debate público sobre o futuro do planeta no pós-COP.

A proposta é encarar as perguntas que ficaram suspensas após Belém: como países e cidades devem se preparar para eventos extremos cada vez mais destrutivos? Ainda há margem para frear o aquecimento ou o desafio agora é limitar danos? Quais caminhos restam para a diplomacia climática, diante do bloqueio político que marcou a conferência?

O encontro reunirá três vozes centrais no debate climático contemporâneo. O embaixador Rubens Barbosa analisará as perspectivas da diplomacia ambiental num momento em que acordos multilaterais patinam. Já o físico Paulo Artaxo (USP/IPCC), um dos cientistas brasileiros mais respeitados na área, deve reforçar o alerta sobre a escalada de eventos extremos, apontando a necessidade de ação imediata, mesmo que fora dos fóruns tradicionais. O historiador Luiz Marques, autor de Capitalismo e Colapso Ambiental, traz à mesa a discussão sobre limites ecológicos, exploração de recursos e os impasses estruturais que bloqueiam respostas efetivas à crise.

Segundo o presidente do Proam, Carlos Bocuhy, que coordena o debate, o momento exige “honestidade climática”: reconhecer que o sistema internacional, tal como está, não tem sido capaz de responder à emergência. Para ele, pensar no pós-COP30 significa considerar alternativas que envolvam ciência, política e sociedade civil, além de novas estratégias de adaptação para lidar com secas extremas, enchentes e ondas de calor que já atingem populações vulneráveis no Brasil e no mundo.

A expectativa é de que o diálogo ofereça caminhos mais realistas para um cenário que se torna rapidamente mais perigoso, e que demanda decisões urgentes, mesmo após uma conferência que prometia avanços e entregou frustração.

Serviço:

O Brasil e o mundo pós-Cop30

Dia: 27 de novembro, quinta-feira

Horário: 19:00

Transmissão pelo Youtube do Proam: https://youtube.com/live/YEhhhd3wzPY

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