Notícias

Começa a era pós-sacolinhas nos supermercados de São Paulo

Mudança deixa aos clientes a opção de comprar sacolas biodegradáveis, mas nos dias iniciais eles optaram pelas caixas de papelão gratuitas.

Daniele Bragança ·
27 de janeiro de 2012 · 13 anos atrás
O papelão vencerá o plástico?
O papelão vencerá o plástico?
O consumidor parece já ter absorvido a proibição do uso de sacolinhas plásticas nos supermercados do Estado de São Paulo. A avaliação foi feita pelos dois principais jornais locais, a Folha e o Estadão, que mostraram como a nova regra está impactando a vida dos consumidores.

Desde quarta-feira (25/01) os supermercados paulistas não disponibilizam mais as sacolinhas plásticas para o público. A opção é adquirir as sacolas biodegradáveis, feitas de amido de milho, pelo preço de 19 centavos a unidade ou levar as compras nas caixas de papelões cedidas gratuitamente pelos supermercados.

Outra alternativa é levar de casa ou comprar as sacolas retornáveis, de plástico ou tecido, chamadas ecobags, que estão sendo oferecidas a partir de R$1,99 a unidade.

A mudança para o fim das sacolas plásticas não tem força de lei. É um acordo feito em maio do ano passado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e o governo do Estado. O pacto só serve para supermercados ligados a Associação Paulista de Supermercados, que representa 80% desse comércio.

Segundo informações do Estadão online, os consumidores preferiram enfrentar a fila para conseguir as caixas de papelões gratuitas do que pagar pelas sacolas biodegradáveis, mesmo que seja ecologicamente mais correto.

Os supermercados paulistas forneciam 7 bilhões de sacolinhas de plástico ao ano e com as novas regras deixarão de gastar R$ 190 milhões. Os custos das alternativas da bolsa de plástico foi repassado ao consumidor. Essa é a principal crítica à medida adotada.

O governo de São Paulo diz que a mudança provocará a almejada mudança de comportamento do consumidor e minimizará os problemas ambientais oriundos das sacolinhas. Por mês, deixarão de ser descartadas cerca de 557 milhões de sacolas, segundo informações do site oficial da campanha pela não utilização da sacola plástica em São Paulo.

Em nota publicada no site do Governo de São Paulo, a Secretaria do Meio Ambiente defendeu o acordo e explicou que “não há medida única para solucionar o impacto ambiental, mas sim ações que minimizam o problema da produção de resíduos sólidos e que passam pela coleta seletiva, educação ambiental e conscientização, principalmente dos jovens, sobre a importância de uso e consumo sustentáveis.”


  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Notícias
25 de novembro de 2024

Gás natural que será exportado ao Brasil viola direitos indígenas na Argentina

MME assinou memorando para viabilizar importação de gás extraído em Vaca Muerta e responsável por problemas ambientais e de saúde em região habitada pelo povo Mapuche

Reportagens
25 de novembro de 2024

Brasil quer colocar Oceano em destaque no Tratado de Plásticos

Países se reúnem a partir desta segunda-feira para última rodada de negociações do acordo para combater a poluição plástica no planeta

Podcast
24 de novembro de 2024

Entrando no Clima #42 | Texto final da COP 29 frustra em todos os pontos

A 29ª Conferência do Clima chegou ao seu último dia, sem vislumbres de que ela vai, de fato, acabar.

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.