Análises

Devastação sem dono

Redação ((o))eco ·
1 de fevereiro de 2008 · 16 anos atrás

De Chico Machado

Prezada Andréia,

Acabei de ler a reportagem sobre o desmatamento na Amazônia em O Eco. Aqui em Mato Grosso é isso ou muito mais. As avaliações da SEMA, quase sempre são equivocadas. Mas como está na reportagem, “não interressa o quanto, isso é muito desmatamento para um só estado: Mato Grosso continua sendo o campeão”.

Vou com freqüência para a Amazônia Mato-grossense e vejo com os meus olhos como estão os desmatamentos. É em larga escala. Acontece até nos parques e reservas, estaduais e federais.

Porém, chamo a sua atenção para os “desmatamentos que ninguém vê”, quais sejam os feitos por afogamento da vegetação, notadamente nos empreendimentos de hidroenergia, mas também ocorrem em menor proporção naquelas barragens para reter água para projetos de mineração. Como exemplo cito o complexo de usinas do alto rio Juruena, inicialmente todas usinas do senhor governador (com letras minúsculas mesmo), agora nem todas. Para se ter uma idéia, os remanescentes primários da vegetação florestal dessa área da pré-Amazônia residem nas margens do rio, exatamente onde a água os afogará. São milhares de quilômetros de mata que estão ou serão afogados, considerando todas as usinas que estão funcionando e as já licenciadas e que logo funcionarão.

É somente para lembrar você quando puder discutir com mais profundidade os modos como o estado perde os efetivos de florestas primárias.

Um grande abraço,

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