Vestido de macacão azul, seu Luis começa seus dias nas Termas Santa Catalina, onde trabalha como operador faz quatro anos. Ele lembra com claridade o trabalho de todos os habitantes para trazer as águas termais às piscinas do complexo. “A água quente para Papallacta é uma grande benção”. Atualmente estas piscinas são administradas pelo conselho paroquial e são a principal fonte de renda da comunidade.
Seu Luis nasceu em San Gabriel, província Carchi, “a cidade que ostenta com orgulho a nobreza do trabalho”. Ele chegou a Papallacta em 1970, quando a construção do Sistema de Oleduto Transequatoriano passava por lá. Foi mecânico de máquinas e equipamentos pesados usados para instalar o tubo e construir a estrada. “Fiquei morando aqui porque o lugar é tranquilo e tem um entorno natural muito bom”. Em 1998, quando começou o projeto do Sistema Papallacta da Empresa de Água Potável de Quito, seu Luis trabalhou como técnico para a empreiteira TECHINT, e ele confessa que foi um trabalho duro e às vezes injusto “porque não pagavam preços justos pelo trabalho nem pela terra desapropriada”.
Com tristeza ela conta a realidade da água em Papallacpa. Apesar de passarem por ali tubos de vital importância para o país (água para Quito e dois oleodutos), “não existe esgoto para ajudar a evacuar as águas servidas de maneira sanitária”. Além disso, seu Luis sente que em sua comunidade faltam serviços básicos que ajudariam a melhorar a qualidade de vida da população. Embora as coisas hoje sejam melhores que há vinte anos, seu Luis reclama que “ainda falta, para poder dizer que temos tudo o necessário para viver”.
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