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Mata Atlântica tem menos de 300 onças-pintadas

Estudo analisa o desafio da conservação da onça-pintada na Mata Atlântica da América do Sul. A caça é a grande responsável pela mortandade desses animais

Sabrina Rodrigues ·
17 de novembro de 2016 · 7 anos atrás
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Se nada for feito, a onça-pintada corre risco de extinção na Mata Atlântica, diz estudo da Scientific Reports. Foto: Letícia F. Paes
Se nada for feito, a onça-pintada corre risco de extinção na Mata Atlântica, diz estudo da Scientific Reports. Foto: Letícia F. Paes

Um estudo completo sobre a população de onças-pintadas foi publicado na revista Scientific Reports e revelou um dado preocupante: a população de onças-pintadas, conhecidas também como jaguares, está em declínio na Mata Atlântica. O estudo apontou que menos de 300 onças estão presentes no bioma. A perda de habitat e a sua fragmentação estão entre as principais causas para o declínio da onça-pintada, mas a mortalidade induzida pelo homem através da caça é a principal ameaça para a população remanescente. A onça-pintada é o maior predador da Mata Atlântica, que é um ponto crucial de biodiversidade altamente ameaçada no Brasil, Paraguai e Argentina. A publicação relata que cerca de 85% do habitat da onça na Mata Atlântica foi perdido e apenas 7% permanece em boas condições. O estudo alerta que se nada for feito, a Mata Atlântica será a primeiro bioma a perder o seu maior predador.

Fonte original: Scientific Reports.

  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 5

  1. Fabio diz:

    Conflitos causados pela predação de rebanhos domésticos por grandes felinos em comunidades quilombolas na Mata Atlântica http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex

    RESUMO

    A predação de rebanhos domésticos por onças-pintadas (Panthera onca) e onças-pardas (Puma concolor) foi quantificada de 1998 a 2000 e a opinião local para resolver o conflito foi investigada em duas comunidades quilombolas na Mata Atlântica. Os responsáveis pelas propriedades foram entrevistados regularmente de maio de 2000 a janeiro de 2001. A predação foi dependente do número de animais domésticos nas propriedades, foi aparentemente seletiva e possivelmente sazonal. O prejuízo econômico foi alto quando associado com o baixo número de criações. A população expressou uma visão bastante negativa frente à presença de onças e a maior parte (54%) sugeriu o extermínio desses animais. Conhecer a percepção local é fundamental para adotar um planejamento participativo que reduza as perdas dos proprietários e garanta a conservação dos grandes felinos


    1. Carlos L. Magalhães diz:

      O artigo fala em predação por "onças", não especificando se pardas ou pintadas. E é evidente que naquelas áreas quilombolas, a imensa maioria dos ataques são de onças pardas, se é que se tem noticia de ataques de onças pintadas.


  2. paulo diz:

  3. Carlos Magalhães diz:

    Não é "mortalidade induzida pelo homem através da caça é a principal ameaça para a população remanescente". Não mesmo. É raríssimo o caso de abate de onça pintada no bioma mata atlântica. Quase inexistente.

    A ameaça principal é a diminuição de áreas de mata, fragmentação e invasão de pessoas "roendo pelas bordas" áreas ainda adequadas.

    A caça é causa secundária, mas não a caça da onça diretamente, e sim de suas presas: queixadas, catetos, veados, pacas e antas. Isto sim é caçado e interessa ao palmiteiro, ao caboclo, ao caçador.


  4. paulo diz:

    Com estes mandatários, muito dificil.