O presidente eleito, Jair Bolsonaro, adiou mais uma vez o anúncio sobre o novo titular do ministério do Meio Ambiente. Há pelo menos duas semanas o novo presidente adia a nomeação. Nesta quarta-feira (05), ele explicou o motivo: “Temos bons nomes, mas estamos procurando aquele que melhor se adapte àquilo que eu quero, ou seja, a preservação do meio ambiente sem prejudicar outras atividades” disse.
Durante a coletiva, Bolsonaro voltou a criticar a legislação ambiental por dificultar a economia e disse que o país precisa “de segurança jurídica”.
Disputa
Há pelo menos três nomes fortes na disputa pelo ministério do Meio Ambiente. O engenheiro agrônomo Xico Graziano, o advogado Ricardo Salles, fundador do Movimento Endireita Brasil e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas. Segundo o Estadão, Bolsonaro conversou por telefone com o delegado na terça-feira (04), mas não se sabe se houve convite. Xico Graziano tem bom trânsito tanto na área ambiental quanto na rural e experiência nas duas, mas sua ligação com os tucanos dificulta a nomeação. Já Ricardo Salles, apesar de ter o perfil que o presidente eleito busca, responde a processo por improbidade administrativa.
Enquanto o novo presidente decide, dois grupos dentro do governo de transição analisam propostas para a área ambiental. Um grupo é liderado pelo biólogo Ismael Nobre e outro por Evaristo Miranda, da Embrapa, que recusou o convite para ser ministro, mas ajuda o novo governo na tarefa de reestruturar o ministério.
Entre as mudanças, estão sendo estudadas a fusão do órgão licenciador e fiscalizador, o Ibama, com o ICMBio, que cuida de unidades de conservação e de espécies ameaçadas. O motivo alegado é o enxugamento da máquina e a diminuição de cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS) nas autarquias. Outra modificação é o novo endereço da Agência Nacional da Água, que deverá ser incorporada por outro ministério, talvez infraestrutura.
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