A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, deverá conversar com o presidente Jair Bolsonaro na reunião do G20 sobre os novos rumos da política ambiental brasileira, em especial em relação ao aumento do desmatamento na Amazônia. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (26) durante visita da chanceler ao parlamento alemão. A cúpula do G20 começa nesta sexta-feira (28), no Japão.
“Assim como vocês, vejo com grande preocupação as ações do presidente brasileiro (em relação ao desmatamento) e, se for o caso, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele”, disse a política, em resposta a um questionamento feito por um membro do partido verde.
A União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) costuram um acordo de livre comércio entre os dois grupos de países. Essa é uma negociação de pelo menos duas décadas e o meio ambiente está no meio da disputa. Isso porque a Europa vive uma onda verde e um empoderamento da juventude em prol do clima e meio ambiente. Embora pessoalmente a chanceler alemã defende a manutenção do acordo, independente das novas posições do Brasil, as eleições na Alemanha decidirão a posição do país.
“Não concluir o acordo com o Mercosul não contribuiria de forma alguma para que um hectare a menos seja desmatado no Brasil, ao contrário”, disse Merkel. “Esta não é a resposta para o que está acontecendo no Brasil”.
Os rumos do acordo entre EU e Mercosul podem ser decididos ainda no fim de semana.
Ruralistas pelo desmatamento ilegal zero
A preocupação de Merkel coincide com um movimento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que entregou esta semana ao ministro Ricardo Salles um manifesto em prol do desmatamento ilegal zero. A FPA se preocupa com o desgaste da imagem do Brasil no exterior.
De acordo com o manifesto, o governo brasileiro não dispõe de mecanismos para diferenciar o desmatamento permitido (o legal) do não permitido (o ilegal).
“Diante desse cenário em que as estatísticas oficiais divulgadas não separam o legal do ilegal, nem quanto do desmatamento ocorreu efetivamente em imóveis rurais, os produtores rurais são criminalizados e confundidos com grileiros e outros detratores do meio ambiente”, afirma o documento.
Na verdade o país já possui uma ferramenta para separar o desmatamento legal do ilegal, instituído pela portaria Nº 373, de setembro de 2018. O mecanismo ainda não completou um ano.
Alemanha
O país europeu é o segundo maior financiador do Fundo Amazônia e vê com maus olhos mudanças na gestão do fundo que a gestão Bolsonaro tenta emplacar.
A Alemanha possui 38% de seu território em áreas protegidas. É o país Europeu com maior percentual de proteção da própria vegetação, de acordo com dados do Banco Mundial. Proporcionalmente, o Brasil protege menos, cerca de 30% de seu território.
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Melhor estudar um pouco mais o "vortex polar" e o que diz a NASA antes de citar, ou arrisca se enrolar …
Resumo da ópera: Bolsonaro mitou Merkel e Macron, conseguiu assinar o Tratado de comercio com UEE e de quebra expos o cinismo internacional da Alemanha que possui 40% de sua matriz energética baseada no carvão e Macron, como um incompetente que sucumbe ao multiculturalismo e assimilação islâmica. Não podia ser melhor.
Aguardando o inverno Europeu e os recordes de temperaturas negativas graças ao incremento do vortex polar e inicio do Minimun de Maulder, que se segundo a NASA, deve rolar até 2070.
A nossa mula-mor, com sua monumental estupidez, se continuar nessa desorientação imbecil, vai acabar ferrando a parcela racional do setor agrícola, que lhe deu tanto apoio. Imagina o baque que é perder o mercado europeu… e tudo pra satisfazer seu ego e vontade de vingança, dele e da parcela atrasada do setor agropecuário. Todo mundo perde, é um jênio!
Ótimo que haja pressão internacional. Dessa forma poderemos acreditar que haverá uma discussão séria a respeito e que haja, realmente, jorn alismo nesse país. O Salles já mostrou a que veio e não se dobrará à preservação.
Pau neles, Merkel!