Análises

Ilha Macquarie: como vencer os predadores introduzidos

Primeiro, a exploração humana devastou a ilha. Depois, os conservacionistas travaram uma longa guerra contra as pragas exóticas.

Fabio Olmos ·
5 de janeiro de 2015 · 10 anos atrás
Localizada na latitude 54°38’S, Macquarie não tem árvores e é coberta principalmente por campos de tussock e turfeiras. Fotos: Fabio Olmos
Localizada na latitude 54°38’S, Macquarie não tem árvores e é coberta principalmente por campos de tussock e turfeiras. Fotos: Fabio Olmos

A superfície da Terra é formada por placas tectônicas que flutuam sobre o mar de lava abaixo da crosta terrestre. As placas se movem, afastando-se e colidindo, dividindo-se ou mergulhando umas sob as outras. Placas que se afastam dividem continentes e dão origem a oceanos, enquanto colisões os fundem e dão origem a montanhas com rochas marinhas nos seus cumes e abismos oceânicos.

No fundo do mar, a cerca de 1.500 km ao sul da Tasmânia e quase a mesma distância da Nova Zelândia, as placas tectônicas Indo-Australiana e Pacífica passaram milhões de anos se afastando. As fendas criadas permitiram que a lava emergisse no solo oceânico e, em contato com as águas gélidas do abismo, formasse rochas especiais, um tipo de basalto em formato de almofada (lavas almofadadas ou pillow lava). Um exemplo dessas rochas pode ser visto em Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo.

Nada é para sempre e as placas tectônicas reverteram seu curso, desta vez entrando em colisão. O resultado desta trombada não são apenas terremotos regulares, mas também a formação de uma cordilheira de montanhas submarinas, a Macquarie Ridge, que se estende por 1.500 km e se ergue a mais de 4 mil metros em relação ao fundo oceânico.

Rochas formadas a 9 milhões de anos por lavas que brotavam de uma rachadura no fundo mar, e outras ainda mais antigas e geradas ainda mais fundo, são hoje montanhas que continuam crescendo a 0,5 mm/ano. O que nós chamamos de Ilha Macquarie emergiu entre 600 e 700 mil anos atrás e (ainda) é a única parte da cordilheira visível acima das ondas. É muito incomum que um grande pedaço de crosta oceânica surja na superfície.

A vida em uma ilha longínqua

“… as únicas aves terrestres nativas, o periquito, a saracura e um pato ainda não descrito, foram extintas pelos humanos, seus cães, gatos, coelhos e ratos.”

A geologia peculiar de Macquarie é a principal razão pela qual essa ilha de 12.788 hectares e 433 metros de elevação máxima é, desde 1997, considerada um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Mas a história da relação entre sua fauna e flora versus os humanos e seus agregados que chegaram muito depois é, no mínimo, interessante.

Macquarie é uma ilha extremamente isolada nos chamados Furious Fifties, as latitudes subantárticas onde o mar é bravio, as temperaturas baixas e chuva quase constante (320 dias/ano em Macquarie). O isolamento, o clima e a pouca idade implicam em uma biota com poucas espécies, o que não quer dizer que não seja especial. A flora inclui 47 espécies de plantas vasculares (quatro endêmicas, incluindo duas orquídeas), 91 de musgos, 50 de hepáticas e mais de 200 de fungos e 100 de líquens. A principal fitofisionomia da ilha são os campos de gramíneas (tussock) e turfeiras.

Árvores não crescem ali, mas há campos das chamadas “megaervas”, parentes das margaridas, cenouras e scheffleras que atingem porte considerável nas ilhas subantárticas. Estas são polinizadas principalmente por moscas (11 espécies na ilha) e pela mariposa endêmica Eudonia mawsoni (a única na ilha). É interessante que das 15 espécies de minhocas, três também são endêmicas. Como chegaram ali?

Os únicos vertebrados que puseram os pés na ilha antes da chegada dos humanos foram focas, lobos-marinhos e aves. Antes de 1810, Macquarie tinha colônias com centenas de milhares (ninguém realmente sabe quantos) de lobos marinhos de três espécies (Arctocephalus tropicalis, A. gazella e A. forsteri) e de elefantes-marinhos Mirounga leonina. A ilha também recebe visitas de leões-marinhos-de-hooker Phocarctos hookeri e focas-leopardo Hydrurga leptonyx.

Quinze espécies de petréis, quatro de albatrozes e quatro de pinguins nidificam em Macquarie. Também há skuas, trinta-réis, gaivotas e biguás, uma riqueza de aves marinhas que sustenta mais de 50 espécies de piolhos, a maioria restrita a um tipo de hospedeiro ou parte de sua anatomia.

As especialidades entre as aves marinhas são o pinguím-real Eudyptes schlegelli e o biguá-de-macquarie Leucocarbo purpurascens, encontrados apenas ali. Infelizmente as únicas aves terrestres nativas, o periquito Cyanoramphus erythrotis, a saracura Galirallus macquariensis e um pato ainda não descrito, foram extintas pelos humanos, seus cães, gatos, coelhos e ratos.

Exploração acelerada

A espécie mais comum de lobo-marinho em Macquarie é o lobo-marinho-antártico. A população desta espécie cresceu muito na região antártica e indivíduos estão recolonizando Macquarie.
A espécie mais comum de lobo-marinho em Macquarie é o lobo-marinho-antártico. A população desta espécie cresceu muito na região antártica e indivíduos estão recolonizando Macquarie.

“As populações de lobos-marinhos foram dizimadas em apenas 11 anos durante um massacre estilo tragédia dos comuns.”

Macquarie foi descoberta acidentalmente em 1810 pelo capitão Frederick Haselburgh do navio caçador de focas Perseverance. Sim, é o mesmo já mencionado em outra história que contei. A notícia de que a ilha tinha grandes populações de lobos-marinhos provocou uma corrida de caçadores australianos, neozelandeses e norte-americanos. Os registros documentam que duas centenas de milhares de peles foram exportadas da ilha para abastecer o principal mercado consumidor, a China imperial.

Os caçadores de focas passavam meses na ilha em condições para lá de rústicas. Escravidão por débito era comum, assim como gastarem o que ganhavam em poucas noites de bebedeira quando retornavam à “civilização”. Mas era uma vida que atraia os que apreciavam a relativa independência e (para os neozelandeses) a ausência de risco de virar churrasco nas mãos dos maori, como acontecia nas ilhas mais ao norte. Estes homens viviam do que conseguiam e um prato favorito eram os grandes albatrozes-gigantes Diomedea exulans que ali nidificavam. Centenas de esqueletos encontrados em cavernas e outros antigos abrigos são testemunho do apetite dos caçadores.

As populações de lobos-marinhos foram dizimadas em apenas 11 anos durante um massacre estilo tragédia dos comuns. Embora a “indústria” tenha efetivamente morrido em 1821, foi apenas nos anos 1950 que os primeiros lobos-marinhos voltaram a se reproduzir na ilha. Os números dos sobreviventes são pequenos (c. 200 filhotes nascem por ano) e o desequilíbrio e colapso da organização social resultantes do massacre fazem que as três espécies hibridizem. Até 30% dos filhotes são híbridos, um experimento em evolução que mostra como solidão com tesão vence barreiras reprodutivas.

Com a extinção dos lobos-marinhos, os caçadores começaram a “minerar” os elefantes-marinhos. Miravam principalmente os grandes machos (que chegam a 3,7 toneladas), que eram mortos, retalhados e tinham a gordura cozida em grandes potes de metal para extrair o óleo, usado na iluminação pública e processos industriais. Entre 1820 e 1830, a atividade gerou emprego e renda (como dizem nossos desenvolvimentistas) e reduziu a população de focas em 70%.

Massacre dos pinguins

“No pico da produção, em 1905, os extratores em apenas uma localidade, Nugget Point, podiam processar 2.000 pinguins reais de uma só vez”

O colapso do recurso levou a um hiato nas atividades entre 1830 e 1874, quando teve início o último ciclo do óleo em Macquarie. Uma figura central desta fase foi o político e empresário neozelandês Joseph Hatch, que entre 1890 e 1919 deteve a concessão para explorar a ilha. Como no Brasil de hoje, a mistura entre política e negócios foi um desastre ambiental.

Hatch descobriu a tecnologia dos “extratores”, criada pelos noruegueses, então já com longo histórico de massacrar baleias e outros animais marinhos. Essas grandes panelas de pressão permitem extrair óleo de carne, ossos e animais menores. Hatch imediatamente percebeu o potencial das colônias com milhões de pinguins que ainda existiam em Macquarie, especialmente os pinguins-rei Aptenodytes patagonicus. Estes produziam um óleo mais limpo, menos contaminado com sangue, que os pinguins-reais.

As aves eram mortas a porrete e empilhadas dentro de extratores, aquecidos com o óleo de seus predecessores. No pico da produção, em 1905, os extratores em apenas uma localidade, Nugget Point, podiam processar 2.000 pinguins reais de uma só vez, cada ave produzindo meio litro de óleo. Os milhões de pinguins-rei que existiam no final do século XIX estavam reduzidos a 3.400 em 1930.

Início do movimento de conservação

Cerca de 1,6 milhão pinguins-reais vivem em Macquarie.
Cerca de 1,6 milhão pinguins-reais vivem em Macquarie.

As coisas mudaram quando Macquarie se tornou parte da Austrália e a J. Hatch & Co se mudou para Hobart , no novo país. Em 1911, a então Australian Antarctic Expedition (que deu origem à Australian Antarctic Division) se estabeleceu na ilha. E o que acontecia lá se tornou mais conhecido.

O massacre cotidiano chocou os grandes exploradores polares Douglas Mawson, Frank Hurley e Apsley Cherry-Garrard, além de figuras como o escritor H. G. Wells e o banqueiro, barão e naturalista Walter Rothschild. Estes iniciaram uma das primeiras campanhas internacionais pela conservação da vida silvestre, mas Hatch, como nossos ruralistas, manobrou politicamente e conseguiu manter sua licença até 1920. Esta pessoa agradável morreu com 91 anos, em 1928. A J. Hatch & Co havia colapsado dois anos antes.

O estrago de cães, gatos e coelhos

“Todos estes exóticos e invasores, exceto o coelho, caçavam aves nativas. E todos, incluindo o coelho, levaram a ilha a um desastre ambiental.”

O fim da mineração da fauna não foi o fim dos problemas para o ecossistema da ilha, já que onde humanos vão seus comensais os seguem. Em 1815 já havia relatos de “inumeráveis” cães ferais na ilha causando grande destruição entre as aves. Em 1820, o explorador Bellinghausen encontrou tanto cães como gatos ferais numerosos na ilha. Coelhos (em 1879) e wekas (em 1872 e 1879) foram soltos para aumentar o cardápio dos caçadores de focas. Finalmente, camundongos também já estavam bem estabelecidos em 1890, e ratos ao redor de 1900.

Todos estes exóticos e invasores, exceto o coelho, caçavam aves nativas. E todos, incluindo o coelho, levaram a ilha a um desastre ambiental.

Não há registros de cães ferais depois de 1820, quando as grandes colônias de albatrozes já haviam sido dizimadas pelos caninos e por caçadores coletando ovos e carne para consumo próprio. Acredita-se que isso deve ter levado os cães ferais a morrerem de fome, mas cães domésticos continuaram presentes nas ilhas, usados pelos caçadores de focas e pinguins.

O periquito e a saracura endêmicos podiam lidar com as skuas, os únicos predadores nativos, e essa habilidade permitiu que sobrevivessem por 60 anos de predação por cães, gatos e humanos. Até a chegada dos coelhos.

A introdução dos coelhos teve dois efeitos. Primeiro, causou uma deterioração da vegetação da ilha, destruída por herbívoros contra os quais as plantas não tinham defesa. Segundo, os coelhos permitiram que as populações de gatos e wekas crescessem muito mais que nas décadas anteriores. Os coelhos eram o alimento para aqueles predadores durante o inverno, quando a falta de comida reduzia seus números.

A degradação do habitat somada ao aumento da predação levou o periquito à extinção em 1890 ou 1891, mesma época em que a saracura endêmica foi vista pela última vez. A sinergia entre diferentes espécies introduzidas se mostraria importante depois.

Transformação como área protegida

“Extratores” utilizados para cozinhar pinguins-rei e extrair seu óleo estão abandonados em Lusitania Bay. Testemunho de um cruel ciclo econômico.
“Extratores” utilizados para cozinhar pinguins-rei e extrair seu óleo estão abandonados em Lusitania Bay. Testemunho de um cruel ciclo econômico.

“Os endêmicos pinguins-reais hoje somam 1,6 milhão de aves. E a colônia de pinguins-rei de Lusitania Bay, que tinha 3.400 aves em 1930, foi estimada em 250.000 aves”

Com o fim da indústria de óleo animal e o avanço do governo da Tasmânia (que ainda é responsável pela ilha) ter declarado Macquarie um santuário da vida selvagem em 1933 (e desde 2002 uma Nature Reserve que inclui as águas ao redor) as populações de pinguins, elefantes-marinhos e lobos-marinhos começaram a se recuperar. Os endêmicos pinguins-reais hoje somam 1,6 milhão de aves. E a colônia de pinguins-rei de Lusitania Bay, que tinha 3.400 aves em 1930, foi estimada em 250.000 aves quando a visitei em novembro passado.

A visão dos “extratores” da J. Hatch & Co enferrujando, cercados por um quarto de milhão de pinguins, me faz pensar se, no Brasil, ainda veremos silos abandonados cercados por cerrado em regeneração quando mais este ciclo econômico colapsar.

Os elefantes-marinhos, cuja população original era estimada em 100 mil antes dos caçadores chegarem, chegaram a 180 mil em 1950, uma recuperação excepcional. No entanto, essa foi seguida por um declínio de mais de 50%, que ainda continua. A causa são mudanças na distribuição do gelo ao redor da Antártica ligadas ao famoso buraco na camada de ozônio e à circulação atmosférica.

A história é ainda menos positiva para outras espécies. Míseros quatro pares de albatrozes-gigantes nidificam na ilha a cada ano, quando antes deveriam existir milhares. E, até recentemente, os predadores introduzidos continuavam a manter as espécies nativas sob pressão. Diversos petréis e pardelas estavam restritos a áreas inacessíveis aos gatos e wekas, e suas populações eram uma mísera fração do que foram.

Extermínio dos gatos

“O Service resolveu lidar com os gatos de forma mais séria e um plano de erradicação foi estabelecido.”

No início da década de 1970 uma população estimada de 500 gatos estava matando pelo menos 60 mil aves marinhas a cada ano. Predação por wekas também era intensa, assim, como os danos causados pelos coelhos.

O Tasmanian Parks and Wildlife Service estava ciente da situação e gatos eram abatidos pelos guardas-parque sempre que possível. Nos anos 1960-70, o serviço também introduziu a pulga do coelho e o vírus da mixomatose, transmitido por ela. Este é apocalíptico para os coelhos, pelo menos durante um tempo, e a população foi reduzida de 150 mil para um mínimo variável de 5 a 20 mil.

Com a queda da população de coelhos os gatos aumentaram a predação sobre as aves marinhas e os wekas (que também são aves), levando à adoção de um programa integrado de controle que começou em 1985. O último weka foi morto (a tiro) em 1988, mas os gatos continuaram comuns embora, entre 1974 e 1995, terem sido eliminados 1.689 gatos.

O Service resolveu lidar com os gatos de forma mais séria e um plano de erradicação foi estabelecido. Dois e depois seis guardas-parque utilizando armadilhas, veneno e espingardas trabalharam intensivamente entre 1996 e 2000, eliminando 761 gatos, incluindo os dois últimos, em outubro de 1999 e junho de 2000. Espécies como a pardela-cinza Procellaria cinerea, ausentes há um século, voltaram a colonizar a ilha já em 1999-2000. Outras estão retornando, o que é o grande indicador do sucesso da erradicação.

Como era de se esperar, aqueles que acham normal que os bichanos destruam espécies nativas fizeram um bocado de barulho com o que aconteceu depois. A remoção dos gatos coincidiu com um ciclo de menor mortalidade causada pela mixomatose (a seleção natural tende a tornar os vírus menos letais, como aconteceu com o HIV) e uma sucessão de invernos mais quentes e secos. Menor mortalidade significa mais coelhos e maior impacto sobre a vegetação, com um aumento na erosão e áreas nuas. E gerou reportagens sensacionalistas sobre a remoção dos gatos ter “destruído” o ecossistema de Macquarie.

Erradicação das exóticas

“Após o lançamento do veneno, finalizado em julho, seis times utilizando cães treinados, armadilhas, veneno e espingardas fizeram o pente-fino da ilha.”

O Service percebeu que teria que agir, mas foi apenas em 2007 que o governo da Tasmânia e o governo central da Austrália racharam a conta de US$ 17 milhões para um programa integrado de erradicação dos mamíferos introduzidos. Após três anos de planejamento, em maio de 2011 (início do inverno, quando skuas e outras espécies vulneráveis a dano colateral deixam a ilha) um time de 28 pessoas e quatro helicópteros bombardeou a ilha duas vezes com iscas envenenadas com brodifacum. Meses antes, em fevereiro, coelhos contaminados com o vírus da doença hemorrágica dos coelhos foram liberados na ilha para causar uma epidemia e reduzir a população ao mínimo possível, o que funcionou muito bem.

Após o lançamento do veneno, finalizado em julho, seis times utilizando cães treinados, armadilhas, veneno e espingardas fizeram o pente-fino da ilha. Este trabalhou durou anos, mas, em abril de 2014, após três anos sem sinal de coelhos, ratos ou camundongos, Macquarie foi considerada livre destas pragas. Detalhes podem ser vistos no site do projeto.

Visitando a ilha em novembro de 2014, tanto o dano passado causado pelos coelhos como a recuperação da vegetação eram evidentes. As plantas estão respondendo de forma mais rápida que a esperada à erradicação e Macquarie, finalmente, está se recuperando. No entanto, nada trará as espécies extintas de volta, embora haja planos de introduzir parentes próximos encontrados em outras ilhas subantárticas. Vinte e quatro espécies de aves foram beneficiadas.

Balanço do programa de erradicação

As praias de Macquarie estão abertas a turistas que querem conhecer sua vida selvagem.
As praias de Macquarie estão abertas a turistas que querem conhecer sua vida selvagem.

O programa de erradicação de espécies exóticas em Macquarie mostra que é possível restaurar ilhas com milhares de hectares. Mostra também a importância de programas integrados que levem em consideração a interação entre as diferentes espécies-alvo e fatores como o clima. E também que, se não experimentarmos não iremos aprender como se faz.

Algo a se pensar em programas de erradicação em lugares que precisam, como Fernando de Noronha, Ilha da Trindade e Abrolhos.

Macquarie é uma reserva administrada pelo Tasmanian Parks and Wildlife Service, mas também abriga a base da Australian Antarctic Division, presente de forma permanente desde 1948. É um arranjo interessante de cooperação entre uma agência estadual e outra federal.

Visitantes a bordo de navios de cruzeiro devidamente autorizados (até mil visitantes estão autorizados a visitar a ilha por ano. Na prática, apenas 300-400 o fazem) são recebidos e guiados pelos guardas-parque do Service e por pessoal que serve junto à Division, obviamente felizes com a oportunidade de fazer algo diferente e mostrar a área para os visitantes de uma das ilhas mais especiais do oceano meridional.

O que me faz pensar se algo similar não poderia ser feito na Ilha da Trindade, tão especial em termos de biodiversidade que muitos gostariam de visitar e, hoje, sob administração da Marinha, não podem. Fica aqui esta outra sugestão.

 

 

 

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  • Fabio Olmos

    Biólogo, doutor em zoologia, observador de aves e viajante com gosto pela relação entre ecologia, história, economia e antropologia.

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Comentários 3

  1. William diz:

    Texto excepcional com muita informação e demonstra bem o impacto de introdução de espécies exóticas.
    Também mostra o quanto é caro instituir um programa de eliminação de espécies exóticas, e a quantidade de tempo enorme para os animais voltarem a colonizar a ilha (130 anos no caso dos leões marinhos)


  2. Willian Menq diz:

    Mais um excelente texto Fábio Olmos, parabéns!


  3. Interessantíssimo! Parabéns pelo artigo!