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Luz verde

A energia solar está ficando barata. E a iluminação baseada em LEDs vai fazer com que os bulbos incandescentes se tornem dinossauros do passado.

20 de abril de 2007 · 18 anos atrás
  • Eduardo Pegurier

    Mestre em Economia, é professor da PUC-Rio e conselheiro de ((o))eco. Faz fé que podemos ser prósperos, justos e proteger a biodiversidade.

Como sairemos do impasse de gerar energia elétrica com fontes sujas?

Essa atividade é a maior responsável pelo efeito estufa humano, com um quarto do total. Uma boa parte dessa eletricidade, 39% (números de 2002), é produzida por usinas movidas a carvão, que são baratas, porém duas vezes mais poluentes do que o gás natural. Esse, por sua vez, gera 19% do total, enquanto o óleo combustível fica com 7%. Somados, 65% da energia elétrica planetária advém da queima de combustíveis fósseis.

Para virar o jogo, precisamos aprender a produzir energia elétrica limpa, além de utilizá-la com mais eficiência.

Existe a alternativa nuclear, por trás de 17% da energia elétrica global. Sua grande vantagem é não emitir carbono e embora produza um resíduo tóxico, manejado com cuidado, é um mal menor. A armadilha desse caminho é a bomba atômica. Quem controla a tecnologia nuclear, pode fazê-la. Se os movimentos do Irã nesse sentido já causam tensão, imagine um mundo movido à energia atômica. Muitos países entrariam nesse clube. Além disso, pense em centenas de novas usinas sendo construídas em países sedentos de energia como China e Índia. O primeiro é uma ditadura e o segundo tem problemas de fronteira. Não parece um cenário geopolítico dos mais plácidos.

Felizmente, há boas notícias para o médio e longo prazo. Na ponta da produção, um salto tecnológico cortou pela metade o custo da energia solar. No lado do consumo, os LEDs prometem substituir as lâmpadas incandescentes por um décimo do uso de energia.

Uma subsidiária da Boeing, a Spectrolab conseguiu a façanha de produzir células de energia solar que aproveitam 40% da energia que recebem. Os melhores resultados até pouco tempo ficavam próximos a 10%. Quanto se comemorava a um salto para 22%, veio o breakthrough da Boeing. Com isso, o custo do kilowatt/hora cairá para a faixa de 8-10 centavos de dólar.Nos EUA, o custo do Kilowatt/hora varia de 4,6 centavos no Kentucky até 15,70 no Havaí. Na Califórnia e em Massachusetts, passa de 10 centavos. Ou seja, nesse preço a energia solar é competitiva. A Espanha espera que até 2010 possa produzir energia solar ao preço da gerada por carvão.

O front dos consumidores também está agitado. Os legisladores californianos estão considerando o banimento de lâmpadas de bulbo incandescente até 2012. As alternativas são as lâmpadas fluorescentes compactas e os LED (Light-emitting Diode). Ambas são mais caras, especialmente os LEDs. Mas consomem muito menos e têm uma longa vida útil. A cidade de Raleigh, na Carolina do Norte, está equipando um estacionamento público com iluminação a LED. Espera-se que o retorno demore alguns anos, mas economize o suficiente para justificar a troca. As iniciativas do setor público fomentam a pesquisa e o põem em uso primeiro as novas tecnologias. Mesmo perdendo algum dinheiro, são bem-vindas.

Veja a tabela abaixo para comparar as três tecnologias (fonte: Product Dose)

Juntando os avanços na ponta da geração e do consumo, a esperança é de um futuro brilhante (com trocadilho, por favor), com luz barata, duradoura e limpa para todos.

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