A morte de sete pessoas no Sul e de outras nove no Sudeste este ano por febre amarela voltou novamente a artilharia contra os macacos. Virou moda fácil afirmar que a doença infecciosa é transmitida por um vírus do macaco e que este o transmite ao homem. Erro crasso. Macacos-prego e outras espécies são tão vítimas da doença carregada por mosquitos quanto as pessoas, como O Eco já mostrou. Ao menos a Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul veiculou nota em sua página, em janeiro deste ano, alertando sobre esse fato. Veja aqui. Levantamentos oficiais do ano passado apontaram a morte de aproximadamente 30 primatas em Minas Gerais, nas regiões de Montes Claros, Cabeceira Grande, Itabira, Buritis e Uberlândia; outros 6 macacos foram mortos no Mato Grosso do Sul; existem relatos de envenenamento em Goiás e de violência contra bugios em Barreiras (BA), onde um macho perdeu o braço quando foi apedrejado.
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Bugio não merece pedrada
Como O Eco mostrou, já em janeiro de 2008, macacos costumam ser vítimas da ignorância quando o assunto é transmissão da febre-amarela. Desconfiados de seu papel na circulação da doença, humanos usam pedras e outras armas para dar cabo de seus parentes mais próximos no reino animal. Com os casos e mortes registrados Brasil afora neste verão, alguns órgãos públicos tentam desviar a mira da macacada. A Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, por exemplo, veiculou nota em sua página informando que o “bugio não transmite a febre amarela ao homem. Ao contrário, ele é a primeira vítima do mosquito transmissor da doença e, ao morrer infectado, aciona o alerta para a população. Por isso, estamos em campanha pela conservação desse primata”. O estado criou um grupo técnico para tratar da relação entre a febre e os bugios.Saiba mais:Macacos pagam o patoA culpa é sempre do mato →
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