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Um adeus ao Almirante Ibsen, ferrenho defensor da natureza

Deixou-nos hoje, Ibsen de Gusmão Câmara. Gerações de ambientalistas estão tristes, assim, como se pudessem, estariam baleias, tartarugas e toninhas.

31 de julho de 2014 · 11 anos atrás
  • Maria Tereza Jorge Pádua

    Engenheira agrônoma, membro do Conselho da Associação O Eco, membro do Conselho da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Nat...

O Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, ladeado por Maria Tereza Jorge Pádua e Malu Nunes, durante o Congresso Brasileiro de Unidade de Conservação (CBUC), em Foz do Iguaçu (2007). Foto: Marc Dourojeanni
O Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, ladeado por Maria Tereza Jorge Pádua e Malu Nunes, durante o Congresso Brasileiro de Unidade de Conservação (CBUC), em Foz do Iguaçu (2007). Foto: Marc Dourojeanni

As baleias, as tartarugas, as toninhas devem estar chorando. Perderam um antigo e ferrenho defensor e protetor. O Ibsen se foi. Nós também estamos chorando. Estamos seguros que ninguém lutou como ele no Brasil para conservar a natureza e os recursos naturais renováveis. Um Almirante, um conservacionista de alta linhagem, um paleontólogo, um grande pintor e um ser humano reto, altruísta, profundamente honesto em todos os aspectos da vida. Difícil outro ser humano como ele. Difícil outro conservacionista como ele.

Ele demarcou a primeira área marinha protegida do Brasil: a Reserva Biológica de Atol das Rocas. Se existe a Reserva Biológica do Rio Trombetas é graças a ele. Se existe, como Parque Estadual, o de Carlos Botelho em São Paulo, foi pela sua luta.  Se as baleias franca e jubarte recuperaram suas populações foi pela sua aliança com o Truda. Deu seu nome e seus esforços na presidência de duas das mais importantes ONGs brasileiras: a FBCN e a Fundação Biodiversitas.

Morreu sendo membro do conselho por 23 anos da mais importante Fundação de proteção da natureza no país: a Fundação Boticário.

Seus trabalhos foram pouco reconhecidos em termos de homenagens, mas cá estamos nós querido e eterno amigo para testemunhar quem foi você e para dizer aos nossos descendentes que homens como você de fato existiram e fizeram pela nossa nação muito mais que políticos e heróis homenageados.

Um adeus choroso, pois eu inocentemente queria que você vivesse para sempre.

 

 

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