Newsletter Eleições 2022 | Semana #4
14 de outubro de 2022
Vivemos tempos marcados pelo imprevisível, leitor. Tempos de mudanças climáticas, que tornam os extremos de chuvas e secas cada vez mais cotidianos e fora dos padrões conhecidos. Tempos em que compreender as tendências políticas da população também é desafio a qualquer tentativa de previsibilidade, como presenciamos no primeiro turno das eleições para a presidência da República no último dia 2.
Ainda que diante do incerto, é viável verificar através de dados precisos as atuações de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , que neste momento fazem uma das campanhas eleitorais mais definidoras para o destino das políticas ambientais no país. Independente de filiação partidária ou identificação ideológica, pode-se marcar, entre os dois, campos claros de antagonismo no que se refere à pauta ambiental.
Apenas para dar alguns exemplos: Bolsonaro segue apoiando e sendo apoiado pela bancada ruralista, frente que votou massivamente contra o meio ambiente no Congresso e que seguirá amplamente poderosa de acordo com os resultados do primeiro turno. O atual mandatário continua negando a necessidade de demarcação de Terras Indígenas e defendendo uma política de exploração capitalista nesses territórios. Durante a campanha, mentiu a respeito dos dados de desmatamento na Amazônia, ao afirmar que durante o governo Lula a floresta foi mais devastada do que sob seu comando.
Lula também tem ligações com o agronegócio, a exemplo de Carlos Fávaro e Blairo Maggi, figuras centrais na produção de soja no Mato Grosso. Seu discurso, porém, está alinhado com propostas concretas sobre o combate ao desmatamento e ele defende a criação de um Ministério dos Povos Indígenas, reconhecendo a importância das populações originárias para a proteção das florestas. Lula percebe a necessidade de fortalecer políticas ambientais capazes de recuperar um olhar positivo dos países estrangeiros em relação ao Brasil, com o intuito de favorecer os setores produtivos.
Para o eleitor que está realmente preocupado com o futuro da Amazônia e com a continuidade das condições de vida para a humanidade no planeta, levando em consideração a importância da maior floresta tropical do mundo e dos biomas brasileiros para a manutenção do clima e dos serviços ecossistêmicos prestados ao país e à Terra, os materiais jornalísticos abaixo deixam claras as intenções dos dois candidatos.
Não é difícil compreender qual opção será mais nociva ao meio ambiente caso eleita, mas para quem ainda está na dúvida, vale continuar acompanhando a cobertura que estamos realizando até o dia em que voltaremos às urnas. Esse também é um período para compartilhar informações úteis para a conscientização sobre a relação entre o voto, a política e o meio ambiente. Quem sabe um modo de atuar em meio às incertezas, em prol do que sabemos ser verdadeiramente essencial - para nós e para as próximas gerações.
Boa leitura!
Débora Pinto
Jornalista de ((o)) eco para as eleições 2022