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Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #17

Recordes nefastos, quatro anos de Brumadinho e uma janela para a destruição

Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #17

29 de janeiro de 2023

As Terras Indígenas enfrentaram um aumento de 157% no desmatamento durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Outras categorias, tais como Unidades de Conservação (UC) federais de proteção integral e uso sustentável, registraram aumentos de 111% e 116%, respectivamente. Os Territórios Quilombola amazônicos registraram um aumento de 13%. “Este resultado negativo para as Áreas Protegidas é fruto de um esforço persistente de desmonte das políticas de gestão ambiental e de combate ao desmatamento no governo de Jair Bolsonaro. Uma destruição do nosso maior patrimônio socioambiental, que distancia o país cada vez mais de um protagonismo mundial na proteção da natureza”, afirma Antonio Oviedo, pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA). Débora Pinto conversou com o pesquisador, que é um dos responsáveis por recente estudo que demonstra como desmatamento no interior das áreas protegidas na Amazônia Legal nos últimos quatro anos foi 94% maior em comparação com os quatro anos anteriores. 

A bacia do rio Paraopeba, em Minas Gerais, abastece 48 municípios e é um dos mais relevantes a desaguar no rio São Francisco, um dos mais importantes cursos d’água do país. O rio Paraopeba é essencial para a gestão hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte e a principal fonte de alimento e sobrevivência para os ribeirinhos. Essa bacia hidrográfica também mantinha uma rica biodiversidade que assegurava o equilíbrio ambiental da região. Há quatro anos, em 25 de janeiro de 2019, uma onda de  12 milhões de m³ de rejeitos de mineração contaminou o rio, impactou a vida em 26 municípios, deixou aproximadamente 270 mortos, e destruiu 297 hectares de Mata Atlântica e uma grande diversidade de fauna e flora. Adriana Amâncio escreve sobre o rompimento da Barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, e como este que é o segundo maior desastre da mineração deste século segue sem data de conclusão para reparações ambientais e das vítimas.

Em abril de 2022, a Fundação Nacional do Índio negou que existiam crimes sendo cometidos contra crianças e povos indígenas na TI Yanomami, em Roraima. Mas um levantamento feito no mesmo ano pelo The Intercept Brasil mostrou que os indígenas registraram 21 pedidos de ajuda públicos ao Governo Federal, Ministério Público Federal, Funai e Exército. Após visita oficial de presidente e ministros à região, o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União a exoneração de 54 servidores que atuavam em órgãos e instâncias relacionadas à saúde e à assistência aos povos indígenas do país. Débora Pinto escreve sobre a visita que, mais que um ato simbólico, serviu para anunciar um trabalho de contenção de crise para o território, ameaçado pela invasão de mais de 25 mil garimpeiros ilegais, que chegaram à região atraídos pelos anúncios de Jair Bolsonaro em legalizar a mineração em Terras Indígenas.

Boa leitura.

Redação ((o))eco

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