Newsletter Política Ambiental | Semana #15
11 de janeiro de 2023
No último domingo (8), o país testemunhou o ápice da escalada golpista dos apoiadores inconformados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Reunidos em Brasília, milhares de extremistas fizeram ataques terroristas aos prédios dos Três Poderes, causando grande destruição ao patrimônio público, incluindo obras de arte e artefatos históricos. Não foi um fenômeno isolado. A construção do extremismo bolsonarista envolve uma grande teia de troca de favores, financiamento e omissão envolvendo agronegócio, políticos eleitos e Forças Armadas. Nos estados da Amazônia Legal, esse tripé pode ser visto claramente.
Ao afrouxar – e muitas vezes inviabilizar – a fiscalização de crimes ambientais,e facilitar o acesso a armas de fogo, Bolsonaro reuniu forte apoio entre latifundiários, garimpeiros ilegais e madeireiros da Amazônia, donos de grande poder econômico. Isso, aliado ao crescimento do neopentecostalismo conservador nos centros urbanos, conferiu uma base sólida ao ex-presidente, que garantiu média de 56% no total das votações dos 9 estados da região no segundo turno.
Esses donos do poder econômico, muitos condenados por crimes ambientais, foram grandes financiadores de campanhas de políticos locais, incluindo governadores eleitos. Quando a derrota de Bolsonaro se concretizou e os protestos antidemocráticos a seu favor começaram, governadores bolsonaristas, receosos de perder apoio político e econômico, evitaram condenar os atos golpistas. Criminosos ambientais da região, especialmente de Mato Grosso, constam inclusive em lista do STF com possíveis financiadores dessas aventuras golpistas.
Após os ataques terroristas em Brasília, todos os governadores do país se uniram ao presidente Lula em caminhada pelas sedes depredadas dos poderes – incluindo governadores bolsonaristas da Amazônia Legal que fizeram vista grossa para a construção desses atos e seus financiadores. Agora, porém, Inês já é morta.
Aqui estão reunidas algumas matérias publicadas em ((o))eco que ajudam você a entender melhor como o extremismo bolsonarista foi gestado em território amazônico, incluindo nomes do agronegócio que financiaram campanhas políticas e, depois, atos golpistas. Boa leitura!
Boa leitura.
Gabriel Tussini
Jornalista de ((o))eco
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