Empresários do setor de eletroeletrônicos firmaram ontem (10) com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) parceria para realização de um estudo qualitativo sobre o atual cenário de reciclagem destes produtos no Brasil. A idéia é dimensionar o quanto o país realmente produz e qual é o destino dado a este tipo de resíduo. Com isso, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) e o MMA esperam orientar políticas públicas para a reciclagem e identificar os principais entraves para a reciclagem de eletroeletrônicos no Brasil. A expectativa é que o estudo fique pronto em quatro meses.
Segundo estudo do Programa Nacional das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado no início de 2010, o mundo produz, anualmente, cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico. O Brasil está entre os primeiros do ranking de maiores produtores. Mas, de acordo com o MMA, o órgão não foi consultado para a realização do documento da ONU, por isso o novo inventário, que contará com a participação de todas as empresas que fazem parte do Comitê Eletroeletrônico do Cempre, entre elas a HP, Philips, Intel e Dell.
Enquanto a Política Nacional de Resíduos Sólidos está parada no Senado – a expectativa é que o projeto seja votado e aprovado no final desse mês, para que o presidente Lula faça o lançamento no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, mas essa é apenas uma data dentre tantas outras que já foram anunciadas -, a reciclagem de eletroeletrônicos anda a passos lentos. No final de março a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), do Senado, aprovou um projeto que sugere reduzir a zero a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para empresas que realizarem atividades de reciclagem. A proposta ainda será submetida à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O hotsite do Cempre, também lançado ontem, é um bom lugar para encontrar informações sobre procedimentos para o descarte pós-consumo, programas de logística reversa de empresas produtoras e localização de cooperativas de reciclagem e recicladores. (Cristiane Prizibisczki)
Atalho:
– Cempre
Leia também

Emissões e trechos de transportes em áreas protegidas devem constar em plano de logística
Em entrevista, André Ferreira (Iema) aponta lacunas socioambientais e defende que cadeias da floresta sejam atendidas nas políticas de transportes →

A primeira infância é o primeiro território
Se queremos que a nova geração lidere transformações socioambientais, precisamos começar cuidando dela agora, com políticas públicas que enxerguem o território como parte da infância →

Editais destinam até R$ 3 milhões às Unidades de Conservação do litoral paranaense
Lançados pelo Programa Biodiversidade Litoral do Paraná, editais têm foco em planos de manejo, sinalização e conselhos gestores de UCs estaduais e municipais →