O Ibama concedeu essa semana as licenças de operação de duas linhas de transmissão do Linhão de Tucuruí, que partem da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. A linha de energia que sai de Tucuruí, passa pelo Xingu e chega a Jurupari, tem 506 quilômetros de extensão. A segunda linha vai de Jurupari à Oriximiná e tem 345 quilômetros. A elas se soma alinha de transmissão que liga Oriximiná (PA) à Manaus (AM), de 558 km. Juntas, interligam Tucuruí a Macapá e Manaus, em um percurso de 1,8 mil quilômetros que atravessa 29 municípios nos estados do Pará, Amapá e Amazonas.
O Ibama foi o responsável pelo licenciamento. A licença, assinada por Volney Zanardi Júnior, presidente do órgão, só foi concedida após a conclusão das obras.
Assim como há o “custo Brasil”, existe também o “custo Amazônico”. Ele é usado para justificar a majoração dos preços das obras de infraestrutura em função das dificuldades de locomoção e logística.
Com os linhões de Tucuruí não foi diferente: instalação de torres em áreas preservadas, algumas alagadas, com pouca ou quase nenhuma ocupação humana, e a desafiadora travessia dos rios Amazonas e Trombetas aumentaram o preço da obra. Segundo cálculos feitos pelo jornalista Lúcio Flávio, o preço do conjunto de linhas que forma o Linhão de Tucuruí foi orçado em 1,8 bilhão de reais e calcula-se que fechou em R$ 3 bilhões — ou mais.
De acordo com o Ibama, as obras foram executadas com cuidados extras para diminuir o impacto ambiental. Usou-se torres mais altas para reduzir o desmatamento ao longo das linhas.
Em nota, o Ibama informou que “foram realizadas 16 vistorias técnicas e 64 documentos técnicos. O monitoramento da operação dessas linhas continuará de forma criteriosa e frequente. O núcleo de licenciamento ambiental do Ibama no Amapá é o responsável técnico pela condução das análises dos estudos ambientais”.
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