O tuco-tuco das dunas (Ctenomys flamarioni) é um dos membros da família Ctenomyidae, que inclui outras 60 espécies diferentes de pequenos roedores, todas apelidadas de tuco-tucos. Estes roedores são endêmicos da América do Sul e muitas das espécies são restritas a determinadas regiões. O C. flamarioni é encontrado somente nas dunas costeiras do Rio Grande do Sul. A espécie é ameaçada por perda de habitat devido à remoção de dunas e da urbanização. Para o ICMBio é considerada “Vulnerável” pelo ICMBio e “Em Perigo” pela IUCN.
O nome “tuco-tuco” é uma referência ao som que o macho da espécie produz quando se sente ameaçado. A espécie foi descrita pelo biólogo brasileiro Vitor Hugo Travi, que propôs o nome científico flamarioni em homenagem ao colega, Luiz Flamarion B. de Oliveira.
Esses animais são caracterizados por uma pelagem cor de areia, corpos robustos e cilíndricos com pernas curtas e caudas peludas. Têm longas patas dianteiras que servem para a escavação de túneis, enquanto as traseiras são usadas para assentar a terra. A cabeça grande tem orelhas pequenas. A pele é um pouco solta para deslizar sobre os túneis que criam. Têm de 15 a 25 cm de comprimento e pesam cerca de 200 gramas. Os tuco-tucos lembram as marmotas do hemisfério Norte, mas na verdade são parentes das capivaras, ratões-do-banhado, preás e outros roedores sul-americanos.
A espécie apresenta acentuado dimorfismo sexual a favor dos machos, maiores e mais pesados, entretanto, as fêmeas são mais numerosas.
Tuco-tucos são animais solitários e difíceis de serem vistos, já que passam a maior parte da vida (cerca de 90%) no subsolo. Nascem, crescem, alimentam-se e reproduzem-se dentro das tocas. Na busca por alimentos, passam a maior parte do dia construindo túneis e passagens ao redor da toca que pode atingir 15 metros de comprimento e 30 centímetros de profundidade. Sua dieta é constituída de folhas, talos e raízes de gramíneas, além de ciperáceas (como capim-cidreira) que nascem junto às saídas de suas tocas.
O período reprodutivo ocorre uma vez por ano, com o provável período de acasalamento entre maio e setembro, cerca de 120 dias de gestação e os nascimentos entre setembro e fevereiro (primavera e verão).
*Artigo editado em 20.01.15 às 17h26.
Leia também
Veado-bororó-do-sul, um pequeno mistério
Jaó-do-litoral: desconfiado, e com razão
Cachalote: a baleia que tem veia literária
Leia também
COP16 ainda não viu a cor do dinheiro para proteger a biodiversidade mundial
Chefes de estado tentarão desatar os nós do financiamento, enquanto países investem 2% do orçamento anual em conservação →
Segundo turno em João Pessoa traz disputa entre candidatos de direita
Atual prefeito Cícero Lucena (PP) é favorito contra o ex-ministro Queiroga (PL); ele promete terminar obra de parque paralisada por problemas ambientais, e bolsonarista quer afrouxar legislação urbanística →
Degradação florestal na Amazônia em 2024 é a maior dos últimos 15 anos
De acordo com números do SAD-Imazon, a degradação no bioma atingiu 26 mil km², o equivalente ao estado de Alagoas. Queimadas são responsáveis, diz instituto →
Você deve chamar o órgão ambiental (IBAMA) e relatar o caso para que seja garantida a sobrevivência deste animal. Eles podem optar por removê-lo para áreas de proteção. Lembrando que é um animal em risco de extinção, com habitat muito restrito às dunas e bancos de areia do litoral (o qual distruímos para construção das casas ao longo do litoral), qualquer ação atual contrária à sobrevivência desta espécie em risco é crime. Contacte o órgão ambiental, eles saberão o que fazer.
Tem um tuco tuco no meu jardim aqui no litoral norte,como faço pra espantar ele
PS:ele está destruindo o jardim!!
Aqui no condomínio estão colocando tela antes da leiva de grama, tem muitos, é protegido, só as corujas e os gaviões colocam medo nos bichos…. Retira a grama. coloca tela e recoloca a grama…. Só assim para proteger o gramado.