Um homem morreu após ser mordido por uma cobra coral no bairro Ovídio Teixeira, na cidade de Caetité, na Bahia. Identificado por Marcelo, a vítima estava embriagada e brincava com a serpente, conforme o vídeo publicado na internet. O caso aconteceu no dia 05 de abril.
Na gravação, dá para ver que Marcelo estava acompanhado de outro homem que lhe dava “instruções” de como pegar a cobra. “Cuidado para ela não ferroar pelo cabo. Segura, segura, não deixa ela torcer não”, dizia o colega de Marcelo.
“Aí, mordeu! Mordeu!” afirmou Marcelo logo após. Em seguida, o vídeo mostra Marcelo já no chão, desacordado com outras pessoas em volta.
Assista ao vídeo:
Segundo a Polícia Militar, a vítima chegou a ir para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu.
As cobras corais pertencem à família Elapidae. Essas serpentes possuem veneno forte e letal. No Brasil, dos 30 mil acidentes por ano com serpentes, 0,4% são provocados por corais. “Coral não dá bote. O acidente ocorre quando o animal é manipulado ou quando se pisa nele”, afirma o biólogo Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan.
O biólogo informa também que poucas pessoas morrem ao ser mordidas por serpentes. Dos 30 mil acidentes por ano, somente 150 vão a óbito, menos de 0,5%. “É muito difícil fazer uma análise sem saber a causa Mortis!”, afirma Giuseppe Puorto.
O diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan também dá dicas do que fazer para prevenir acidentes com serpentes e o que deve ser feito em caso de picada:
– não manipular serpentes vivas ou mortas;
– nunca se deve segurar uma serpente da forma que o Sr. do vídeo faz;
– este procedimento deverá ser feito, se necessário, por profissional habilitado;
– em caso de acidente:
– manter a calma;
– lavar o local atingido com água e sabão se possível;
– encaminhar a pessoa acidentada ao serviço médico mais próximo;
– não fazer torniquete ou garrote;
– não ingerir bebida alcoólica ou querosene;
– não colocar nada sobre o ferimento;
– não cortar, furar ou fazer sucção.
O Instituto Butantan foi criado em 23 de fevereiro de 1901 e é o principal responsável por grande parte dos soros e vacinas produzidas no Brasil. O Butantan produz a quantidade necessária para atender a demanda do Ministério da Saúde. Dessa forma, 15 mil frascos-ampola foram contratados pelo Ministério ao Butantan para entrega no ano de 2018.
De acordo com a gestora de projeto do Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos, Fan Hui Wen, o antiveneno produzido para combater o envenenamento por coral verdadeira denomina-se soro antielapídico (derivado do nome científico da família das corais, Elapidae).
A distribuição deste e dos demais antivenenos é de responsabilidade do órgão federal juntamente com as secretarias estaduais de saúde, que encaminha os soros para as unidades de saúde de referência para o tratamento dos acidentes por animais peçonhentos.
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Que tipo de cobra era
Perdir meu primo afilhado ontem pois foi mordido por uma cobra semana passada
O Diretor do Betânia disse que uma vítima tem de 4 a 10 horas pra ser atendido com boas chances de sobreviver, como o homem do vídeo morreu tão rápido? Não entendi
Olha biologos dizem que as pessoas tem no maximo 4 horas de vida e mesmo tomando o soro ainda tem chance de morrer, mesmo tomando o "antidoto" antes das 4 horas é uma toxina muito filha da puta!
que gente mais burra. além de brincar com uma coral ficaram com medo do rabo e quando foi mordido falou "não tenho medo não" e mesmo quando estava no chão não levaram para o hospital. 😒
O pior é que tem pessoas que culpam a cobra…nem existe motivo para ter medo de cobra ou aranha.
Boa, Marc. Se vê pelo relato que o inocente queria evitar o rabo da cobra. Assim, provavelmente pegou pelo lado errado.
Por outro lado, embriagado, brincando com cobra coral… mais uma prova que Darwin estava certo.
Para a redação do OEco…. as cobras não picam. Elas mordem. Isso de "Cuidado para ela não ferroar pelo cabo” aporta uma boa ideia da tal de sabedoria popular.