O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nomeou um oficial da Polícia Militar de São Paulo, o coronel Olímpio Ferreira Magalhães, para o cargo de diretor de Proteção Ambiental do Ibama. Magalhães ocupava o cargo de Superintendente do Ibama no Amazonas desde setembro e agora chefiará o setor responsável por laborar as diretrizes para o planejamento das ações de fiscalização ambiental em todo o território nacional.
O antigo diretor, Olivaldi Azevedo, foi exonerado dois dias após a veiculação de uma reportagem produzida pelo Fantástico (Rede Globo) que acompanhou uma operação de fiscalização do Ibama em Terras Indígenas no sul do Pará para combater o garimpo ilegal e impedir a transmissão da COVID-19 para os indígenas.
A queda de Azevedo no meio de uma megaoperação está sendo vista por fiscais ambientais como uma forma de paralisar o órgão, que já trabalha abaixo da capacidade por conta das mudanças de rotina imposta pela pandemia. Parte dos servidores estão em trabalho remoto. Já os fiscais que estão em campo acrescentaram cuidados na rotina para não se contaminar e não contaminar a população.
“As ameaças de exoneração do comando da fiscalização ambiental do IBAMA, Servidores da Carreira de Especialista de Meio Ambiente, por retaliação à operação de combate ao garimpo ilegal da Terra Indígena Apyterewa, no Estado do Pará, traz insegurança às equipes em campo e ameaçam a permanência dos trabalhos”, comunicou, em nota, a Associação Nacional de Servidores de Meio Ambiente (Ascema).
A operação nas terras indígenas Araweté (dos povos Araweté e isolados do Igarapé Bom Jardim), Trincheira Bacajá (dos Mebêngôkre Kayapó e Xikrin) e Apyterewa (do povo Parakanã) de combate ao garimpo ilegal, por exemplo, obrigou os fiscais a fazerem quarentena antes de ir a campo. O objetivo era, além de coibir o crime ambiental, mostrar que o órgão e a fiscalização ainda estão funcionando.
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