Centenas de golfinhos-rotadores, aqueles que giram em torno do próprio eixo quando saltam fora d´água, visitam o Arquipélago de Fernando de Noronha diariamente em busca de um local tranqüilo para descansar, se proteger e reproduzir. Na estação chuvosa, que dura cerca de cinco meses, o local fica ainda mais interessante. É nesta época que os animais têm seus filhotes e, por isso, a incidência de recém-nascidos é maior.
A paz tão procurada pela espécie, entretanto, está cada vez mais distante. Isso porque empresas e turistas interessados na observação da espécie não medem esforços para chegar cada vez mais perto dos grupos de cetáceos. Para eles, isso pode ser fatal.
Há 18 anos, o Projeto Golfinho Rotador – hoje executado pelo Centro Golfinho Rotador e pelo Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes (ICMBio) – busca reduzir a mortandade da espécie por meio de educação ambiental, ações de conscientização, pesquisas e proposição de medidas de conservação junto aos órgãos de decisão do governo. É certo que muito já foi alcançado, e um exemplo disso é o fato de que a mesma quantidade de animais que era avistada em 1990 pode ser observada atualmente.
No entanto, as pressões sobre a espécie até hoje não foram totalmente solucionadas e, por isso, ações de preservação são tão importantes. Adoção de cotas de barcos, que podem chegar até perto do arquipélago, e fiscalização mais acirrada estão entre as ações propostas pelo projeto sediado em Noronha.
Leia também
Entrando no Clima#40 – Florestas como forças de estabilização climática
Podcast de ((o))eco fala sobre como as florestas têm ganhado espaço nas discussões da COP 29 →
ONU espera ter programa de trabalho conjunto entre clima e biodiversidade até COP30
Em entrevista a ((o))eco, secretária executiva da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU fala sobre intersecção entre agendas para manter o 1,5ºC →
Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia
Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas →