Saiu nesta semana na Nature Geoscience um estudo do pesquisador holandês Guido van der Werf sugerindo que as emissões provenientes de desmatamento podem ser menores do que se pensava. Isso deve ter um impacto especial sobre a expectativa de obtenção de fundos pelos mecanismos de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
Com base em pesquisas realizadas nos anos 80 e 90, pesquisadores que formaram o grupo de trabalho I do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) estimaram que 20% das emissões de gases de efeito estufa venham do desmatamento. Agora, o novo estudo baixa essa porcentagem para 12%, embora a equipe liderada por van der Werf admita variações anuais desta nova estimativa. Além da revisão dos números antigos, o uso aprimorado de satélites tem revelado diferenças de densidade das florestas, o que traz conseqüências na quantidade de gases emitidos em caso de desmatamento ou degradação.
O cuidado dos pesquisadores foi não tirar a importância do desmatamento florestal, ainda mais às vésperas de um acordo climático pós-Quioto. “Mesmo com nossas estimativas revisadas representam emissões substanciais e em cerca de 30 países, incluindo Brasil, Bolivia, Mianmar e Zambia, desmatamento e degradação florestal são as maiores fontes de gás carbônico”, assegura o estudo.
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