Reportagens

Líderes da devastação

Estudo mostra que Estados Unidos e Canadá destruíram suas matas nativas em percentuais superiores ao desempenho brasileiro entre 2000 e 2005.

Redação ((o))eco ·
30 de abril de 2010 · 14 anos atrás

Olhando de fora, o desmatamento nas florestas tropicais brasileiras impressiona pelas dimensões. Mas um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) mostra que países como Canadá e Estados Unidos apresentaram, de 2000 a 2005, percentuais de corte de matas nativas (comparados ao que resta em cada nação) superiores à nossa média, que era, aliás, bem mais alta do que hoje em dia.

No mundo inteiro, foram perdidos mais de um milhão de quilômetros quadrados de florestas entre 2000 e 2005, sendo que 30% de tudo que foi dizimado ocorreram na América do Norte. Somando com a América do Sul, o continente inteiro foi responsável por metade da devastação no período. Em compensação, a Africa foi o continente que menos desmatou.

Levando em consideração os sete países do mundo que têm ainda mais de um milhão de km2 de florestas (Rússia, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, China e República Democrática do Congo), o Brasil foi o que mais perdeu florestas entre 2000 e 2005, cerca de 165 mil km2 em números absolutos, sem contar prejuízos com degradação florestal. Isso quer dizer cerca de 3.6% de tudo que havia em 2000, o mesmo índice da Indonésia.

O Canadá veio logo atrás, perdendo nos cinco anos analisados 160 mil km2 de florestas nativas, representando 5.2% de sua cobertura original. Mas os Estados Unidos desmataram em cinco anos 6% de seu patrimônio florestal, maior índice dos sete países, ainda que em termos absolutos o corte tenha ficado na casa dos 120 mil km2. Incêndios florestais, infestação de insetos no Alasca e no oeste do país estão entre as explicações para o resultado americano, que também sofreu com o impacto de grandes madeireiras no sudeste e no meio oeste.

Mesmo fora do ranking principal, o estudo destaca desmatamentos em larga escala na Malásia por causa da plantação de palma, Paraguai e Argentina por pressões de agricultura e Austrália, em função de queimadas.

Mais informações aqui.

Leia também

Salada Verde
28 de março de 2024

Uma bolada para a conservação no Paraná

Os estimados R$ 1,5 bilhão poderiam ser aplicados em unidades de conservação da natureza ou corredores ecológicos

Salada Verde
28 de março de 2024

Parque no RJ novamente puxa recorde de turismo em UCs federais

Essas áreas protegidas receberam no ano passado 23,7 milhões de visitantes, sendo metade disso nos parques nacionais

Notícias
28 de março de 2024

Justiça Federal determina expulsão de invasores de terra indígena no Pará

A TI Alto Rio Guamá passou por desintrusão em 2023, mas voltou a ser invadida no último domingo; no início do mês, falso juiz reuniu população e mentiu sobre “direito de retorno”

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.