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Meio Ambiente e cinema

Começa em Goiás a 12ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). Cursos específicos sobre meio ambiente ajudam a qualificar a audiência.

Cristiane Prizibisczki ·
10 de junho de 2010 · 16 anos atrás
Curso sobre alipcações e perspectivas do Google Earth na Análise Ambiental, um dos mais procurados. Crédito - Divulgação/FICA
Curso sobre alipcações e perspectivas do Google Earth na Análise Ambiental, um dos mais procurados. Crédito – Divulgação/FICA

O  FICA, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental,  já está em sua 12º edição e desde a última terça-feira (8) reúne centenas de pessoas na Cidade de Goiás, município de cerca de 30 mil habitantes que fica a 136 quilômetros de Goiânia.

Na mostra competitiva deste ano concorrem 28 trabalhos, entre longas, médias e curtas-metragem, séries de TV e vídeos. Além da exibição de filmes, desde 2007 o festival realiza atividades focadas diretamente na preservação, como o Fórum ambiental, que este ano tem o tema “Mudanças ambientais globais: tendências, cenários e impactos”. Este também é o segundo ano que cursos específicos sobre meio ambiente são realizados, em paralelo aos cursos de cinema.

Desde ontem (8) e até a sexta-feira, cerca de 120 pessoas estão tendo aulas sobre variados temas , como legislação ambiental, planejamento urbano, manejo sustentável de espécies nativas do cerrado e até um sobre as aplicações e perspectivas do Google Earth na Análise Ambiental. A carga horária total dos cursos é de nove horas.

 “Não faz sentido um festival ambiental que não tem cursos sobre meio ambiente. Queremos qualificar e também instrumentalizar a audiência, para que possam absorver melhor os temas tratados nos filmes”, disse Laerte Guimarães Ferreira Junior, professor da Universidade Federal de Goiás e consultor ambiental do evento.

Esta talvez seja uma forma de tirar um ranço negativo que acompanhou o festival em anos anteriores, de que o evento ainda não havia encontrado sua identidade: em que grau deveria se dar a intersecção entre cinema e meio ambiente? As discussões realmente conseguem sair da esfera do cinema e tratar com qualidade da temática ambiental?

Estas são as perguntas que Ferreira Junior pretende responder, ao investir nos cursos específicos. “Queremos nos consolidar também na área ambiental. Nossa ambição é criar um espaço de interlocução entre os diferentes atores, de troca de idéias e proposições”, disse.

Dicas do dia

Entre os filmes apresentados na quarta-feira esteve a animação “She Who measures”, do croata Veljko Popovic, que trata do consumo desenfreado e da alienação das pessoas diante das “maravilhas” do mundo moderno. Abaixo é possível conferir a animação na íntegra.

Outra dica é o filme Heavy Metal (Hu Xiao de Jin Shu), do chinês Huaging Jin. O média-metragem mostra o problema do lixo eletrônico nos vilarejos do centro-oeste da China. Há 20 anos, materiais do Japão, Estados Unidos e Austrália são enviados para a China, que não consegue executar a reciclagem sem causar um enorme dano ambiental e chagas sociais. O filme é o terceiro do trailler abaixo. Além dele, também é possível conferir trechos da série televisiva americana “Trazendo vida ao espaço” e dos brasileiros “Efeito Reciclagem” e “O último Kuarup Branco”.


– Leia cobertura completa do XII Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental

  • Cristiane Prizibisczki

    Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.

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