Salada Verde

Liberou Belo Monte e foi acusado

Funcionário do órgão ambiental que aceitou estudos de Belo Monte é acusado de improbidade pelo Ministério Público Federal no Pará.

Salada Verde ·
23 de junho de 2009 · 15 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Acusado de ter validado estudos ambientais da hidrelétrica de Belo Monte, o coordenador de energia elétrica substituto do Ibama é alvo de uma ação por improbidade administrativa encaminhada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará.

Os estudos aprovados pelo coordenador estariam incompletos, conforme alertas de técnicos do órgão emitidos a partir de 28 de abril, cerca de um mês após a entrega dos documentos por Eletrobrás, Camargo Corrêa, Odebrecht e Andrade Gutierrez, diz o MPF. Um dos avisos afirmava que os estudos não atendiam “a seu objetivo principal, qual seja, de informar e fornecer à população e aos agentes interessados um entendimento claro das consequências ambientais do projeto. Portanto, recomendamos que, para a disponibilização à população e apresentação em audiência pública, este seja revisto, considerando-se os pontos aqui elencados, e atendendo ao diplomas legais e ao termo de referência emitido pelo Ibama”, conforme o MPF.

Ainda de acordo com o MPF, quando aceitou os estudos o coordenador liberou a Eletrobrás de apresentar avaliações sobre impactos em indígenas e sobre grutas e cavernas, além de ver como desnecessários estudos sobre qualidade da água.

“Não faz qualquer sentido a permissão para que se apresente documentos faltantes no momento do aceite, para fase posterior, onde o tempo fica mais escasso para o debate, o que frauda a efetiva participação popular no debate”, criticam os procuradores da República Felício Pontes Júnior e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva. “O que parece ressaltar é a tentativa de se antecipar a data do aceite do EIA/Rima, a designação de audiências públicas e, por fim, o licenciamento, dentro do cronograma apresentado pelo PAC (Programa  de Aceleração do Crescimento), sem considerar a legislação nacional e o respeito aos povos residentes na Bacia do Rio Xingu”, disseram em nota do MPF.

Se o coordenador for condenado, poderá perder o cargo pública, ter direitos políticos suspensos por cinco anos e pagar multa de cem vezes seu salário.

Leia também

Notícias
15 de maio de 2024

Garimpeiros protestam contra operação da PF em Humaitá

Operação destruiu balsas de garimpo ilegais em uma comunidade próxima ao município do Amazonas. Houve protestos

Notícias
15 de maio de 2024

A favor da exploração na Foz do Amazonas, Magda Chambriard assume presidência da Petrobras

“A gente não pode desistir da Margem Equatorial. Nesse ponto, meu foco é a Foz do Amazonas, pelo tipo de geologia”, disse. Conheça a nova comandante da estatal

Notícias
15 de maio de 2024

Bancos investiram quase 7 tri de dólares em fósseis desde Acordo de Paris

Enquanto financiamento climático patina, US$ 705 bilhões foram injetados em energia suja apenas no ano passado, mostra relatório

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.