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Emissões por geração elétrica crescem no AM

A conta das emissões pela geração de energia elétrica aumentou 38,5% nos últimos seis anos, acompanhando o crescimento no consumo de energia, puxado pelo aumento do poder aquisitivo.

Redação ((o))eco ·
25 de novembro de 2010 · 13 anos atrás
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Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Comunidade do Lago do Limão, em Manacapuru (AM): Luz para todos leva energia para a zona rural, mas aumenta emissões de gases de efeito estufa.(foto: Vandré Fonseca)
Comunidade do Lago do Limão, em Manacapuru (AM): Luz para todos leva energia para a zona rural, mas aumenta emissões de gases de efeito estufa.(foto: Vandré Fonseca)
Manaus – O Fórum de Mudanças Climáticas do Amazonas entregou esta semana a primeira conta de emissões do sistema de eletricidade do estado. Em 2008, foram enviados diretamente para a atmosfera o equivalente a 3,97 milhões de toneladas de CO2. Em uma conta aproximada, é necessário manter preservada uma área equivalente a 25 mil campos de futebol de floresta para compensar estas emissões.

Este é o primeiro passo para um inventário de todas as emissões do estado, que deve ficar pronto em 2011. A emissões por desmatamento e queimadas na agricultura ainda são a maior fonte de gases de efeito estufa no Amazonas.

Emissões de gases de efeito estufa pela geração de eletricidade no Amazonas

Produção eletricidade 6.813,58 GWh
Total (2008) 3.977.250 tCO2e
Capital 84 % (3.335.080 tCO2e)
Industria 43%
Residencial 43%
Interior 16 % (642.179tCO2e)

A conta das emissões pela geração de energia elétrica aumentou 38,5% nos últimos seis anos, acompanhando o crescimento no consumo de energia, puxado pelo aumento do poder aquisitivo (e uso de eletrodomésticos, principalmente o ar-condicionado) e crescimento da indústria de Manaus. Em 2002, segundo os cálculos, foram emitidas o equivalente 2,83 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Apesar da previsão de o consumo de eletricidade continuar a crescer, a expectativa é de redução das emissões até 2012. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) calcula que o uso de gás natural nos geradores de Manaus e municípios do interior e a interligação ao sistema nacional, por meio do Linhão de Tucuruí, devem reduzir em 35% as emissões do sistema elétrico no Amazonas.

O Amazonas possui um sistema de geração de energia isolado do restante do país, que produz eletricidade principalmente a partir da queima de Diesel e óleo combustível. A energia hidrelética e a queima de biomassa correspondem a apena 13,4% do total da energia produzida.

Esta conta ainda não inclui, por questões metodológicas, as emissões da hidrelétrica de Balbina, que pode ser ainda mais poluidora do que uma termoelétrica a Diesel. Segundo o biólogo Alexandre Kemenes, que estuda as emissões de hidrelétricas da Amazônia, Balbina emitiu em 2005 o equivalente a 73 mil toneladas de carbono, para gerar em média 120 MW.

A capital, Manaus, foi responsável por 84% destas emissões, ou seja, o equivalente 3,33 milhões de dióxido de Carbono. A capital concentra a maior parte da população do estado e praticamente toda a indústria. Foram analisadas nove unidades geradoras de Manaus e 105 em localidades do interior do Estado.

Mas a expansão do fornecimento de energia para comunidade rurais tem tido como efeito colateral a emissão de gases de efeito estufa em outros municípios. “Percebemos também que com a implantação do program
a Luz para Todos do governo federal houve um aumento do consumo (de energia) no interior”, afirma o coordenador da Câmara Temática, Rubens Souza, professor da Universidade Federal do Amazonas, destaca.

O furto de energia também tem um impacto significativo nestas emissões, de acordo com Souza. Os gatos (ligações clandestinas) são responsáveis por desviar quase um terço (30%) de toda energia elétrica produzida no Amazonas. (Vandré Fonseca)

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